Movimento faz marcha para findar ato de mulheres contra violência e agronegócio
Integrantes de movimentos sociais, que iniciaram ato de combate a violência contra a mulher e enfrentamento ao agronegócio, na madrugada de hoje (8), seguem em marcha, da MS-162 para a praça central de Maracaju, a 160 quilômetros de Campo Grande. A manifestação deve terminar no local, reforçando o apelo contra a instalação de uma indústria de processamento de grãos na cidade, pertencente ao grupo BBCA.
O MST (Movimento Sem-terra) e o MCLRA (Movimento Camponês de Luta pela Reforma Agrária) escolheram Maracaju para o ato de hoje, Dia Internacional da Mulher, porque o município concentra empresas do agronegócio que, conforme os movimentos, são “representantes do latifúndio e responsáveis pelos altos índices de alimentos produzidos com agrotóxicos”.
A instalação de unidade da BBCA vai colocar em risco a biodiversidade da região, na avaliação dos manifestantes. Conforme a dirigente estadual do MST, Fabiana Aparecida, a empresa foi responsável pela morte do Rio Huai, quando operava na China e em Maracaju, a indústria será instalada próxima ao Rio Brilhante.
As mulheres protestam ainda contra o alto consumo de agrotóxicos pela população brasileira e os benefícios concedidos aos grandes latifundiários. O protesto pede mais atenção do Governo Federal para a agricultura familiar.
As sem-terra também chamam a atenção para o alto índice de casos de violência contra a mulher, em Mato Grosso do Sul. Entre 2014 e 2015, foram mais de 19 mil ocorrências do tipo. O Estado é o segundo do país em número de estupros de mulheres.
Os manifestantes reclamam ainda do veto do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) a um projeto de lei, que visava combater os casos de assédio em transportes coletivos de todo Estado. O veto foi ratificado pela base do governo na Assembleia Legislativa.