Mulher assassinada pelo ex-genro "deu à vida pela filha", relata delegado
Caso aconteceu um dia após a comemoração do Dia das Mães e causou comoção também entre os policiais
Na segunda-feira (11), um dia depois da data dedicada às mães, Elza Lima Soares, 46 anos, deu a vida para salvar filha Roseli Costa Soares, 28 anos, de homem que não aceitava o fim do relacionamento. Segundo o cenário encontrado pela polícia, Elza se colocou entre Weber Barcelos da Silveira, 36 anos, e Roseli, e recebeu os tiros direcionados à filha, também ferida.
O agressor cometeu suicídio logo depois. Tudo foi presenciado pelo filho do casal, de 11 anos. O crime comoveu a família, equipe policial e a cidade de Costa Rica, a 305 quilômetros de Campo Grande.
O delegado Alexandro Mendes de Araújo lembra de ter sido acionado para ir até o local do crime por volta das 20h. Quando chegou à casa, na Rua 25 de Dezembro, acompanhado do perito, ele observou as marcas de tiro no corpo de Elza e com base no ângulo dos ferimentos entendeu o que tinha ocorrido.
“Em algum momento, ela se antepôs entre a vítima e o agressor em um verdadeiro ato de heroísmo, de amor. Um dia após o Dia das Mães”, declarou o delegado Alexandre Mendes de Araújo.
A confirmação sobre a hipótese levantada pelo delegado e pelo perito Rodrigo Venceslau foi dada por Roseli, no hospital do município. “Tive autorização para uma breve entrevista com ela, que estava em estado grave, mas consciente e orientada. Ela confirmou o que eu e o perito constatamos no local. A mãe deu a vida para salvá-la”, disse Araújo.
O delegado trabalha há cinco anos em Costa Rica e neste período não lembra de ter trabalhado em algo tão comovente. “Não consigo me acostumar, me adaptar a esse tipo de situação. Até conversei com o perito porque fazia um bom tempo que não nos deparávamos com algo tão chocante, tão brutal, tão covarde”.
Araújo comenta ter ficado muito emocionado com a situação e disse ter sido muito sutil no tratamento dado ao filho do casal que presenciou a cena. O garoto deverá ser ouvido por meio da escuta social, com a presença de psicólogos em uma sala diferenciada.
“Não havia me deparado com algo tão bárbaro, tão cruel. Mas ao tempo, de outra forma, pude observar um ato de heroísmo, de amor, com sacrifício da própria vida. Você se doar em favor da filha é o papel que dona Elza fez. É algo que marca”, finalizou o delegado Alexandre Mendes de Araújo.