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Interior

Onça resgatada debilitada no Pantanal se prepara para voltar ao habitat natural

Liniker Ribeiro | 02/02/2019 21:22
Onça-pintada que recebeu tratamento para se recuperar (Foto: Kelly Ventorim/Semagro)
Onça-pintada que recebeu tratamento para se recuperar (Foto: Kelly Ventorim/Semagro)

Seis meses depois de ser resgatada na região pantaneira de Corumbá – distante 419 quilômetros da Capital – em condições físicas precárias, a onça macho batizada de “Jatobá”, se prepara para voltar ao seu habitat natural. O animal, que passou por tratamento intensivo, ganhou 39 quilos.

A principio, o animal foi trazido para Campo Grande, onde ficou em observação e recebeu atendimentos no hospital veterinário da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). Em seguida, com trabalho da equipe de profissionais do CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) foi levado para Miranda.

O transporte foi feito em uma van, após o animal receber duas doses de tranquilizantes. A sedação foi reforçada também para que houvesse tempo para a realização de exames no hospital da Universidade, antes da viagem.

Com os exames concluídos, Jatobá foi recebido pela equipe da bióloga Lilian Elaine, coordenadora geral do Onçafari, Projeto de conservação que promove ecoturismo no Pantanal ao mesmo tempo em que habitua onças pintadas com os veículos. O projeto é desenvolvido no Refúgio Ecológico Caiman, uma fazenda de 53 mil hectares do município de Miranda, no Pantanal Sul-mato-grossense.

No local, a onça descansou na primeira noite num recinto provisório. Na manhã de quinta-feira, a equipe abriu a pequena porta, dando a ela acesso a um hectare de mata, com arvores e vasta vegetação.

No espaço, que é todo cercado por grades eletrificadas com cinco metros de altura, a onça deve permanecer até sua adaptação alimentar, que começa, segundo explicou Lilian – pós-graduada em manejo de fauna silvestre – com a oferta de animais mortos e gradativamente com animais vivos, começando por pequenas e passando ao final para oferta de grandes presas vivas.

Resgate - Em agosto do ano passado, funcionários da Escola Rural Jatobazinho, no Pantanal sul-mato-grossense, avistaram a onça no pátio do local e contataram o pesquisador com pós-Doutorado em Ciências Veterinária da Famez, Gediendson Ribeiro de Araújo, que reuniu profissionais dos projetos Onçafari, Onças do Rio Negro, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros, do Instituto Homem Pantaneiro, da Panthera Brasil e da UFMS para a captura do animal.

O felino que ainda não tinha habilidades de caça totalmente desenvolvidas, apresentava um quadro de inanição crônica e desidratação severa, por ficar muito tempo sem se alimentar. Na época estimou-se que teria quase 2 anos mas, depois de exames e de sua recuperação no CRAS, as equipes observaram que na época o animal tinha pouco mais de oito meses.

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