Paraguai decreta prisão de suspeito de executar radialista na fronteira

O Ministério Público do Paraguai denunciou formalmente o pistoleiro Mauricio Miguel Recalde Argüello, 26, pelo assassinato do radialista Humberto Coronel, 33, ocorrido no dia 6 deste mês em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia separada por uma rua de Ponta Porã (MS), a 313 km de Campo Grande.

Conhecido como “pistoleiro solitário” por agir sozinho, ele também teve a prisão decretada. O mandado tem validade nacional e internacional.

Na madrugada de sexta-feira (9), Mauricio teria atravessado a fronteira para se esconder na casa do cunhado em Ponta Porã, mas o suspeito ainda não foi localizado.

Imagens de câmeras de segurança mostraram que o assassino do radialista tem as mesmas características físicas de Mauricio. Além disso, a Polícia Nacional encontrou na casa dele roupas e moto semelhantes às usadas pelo criminoso.

Hoje de manhã, o promotor de Justiça Pablo Zárate disse que Mauricio está oficialmente denunciado por homicídio e que já solicitou a perícia nos celulares apreendidos com familiares do suspeito.

O pistoleiro é casado com a brasileira Vanessa de Almeida Santos. Ela chegou a ser detida durante as buscas feitas na cidade na sexta-feira, mas foi liberada após depoimento.

Os investigadores paraguaios acreditam que a morte de Humberto Coronel tenha ligação com o assassinato do prefeito de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, em maio deste ano.

Além de funcionário da rádio Amambay 570AM, que pertence ao clã Acevedo, o radialista seria muito ligado aos familiares do prefeito morto. Em junho, ele e outro colega de trabalho tinham sido ameaçados de morte.

Pistoleiro solitário – Segundo policiais da fronteira, Mauricio Recalde seria o “pistoleiro solitário”, autor de vários assassinatos nos últimos anos em Pedro Juan Caballero. O apelido se deve ao fato de o criminoso agir sempre sozinho, ao contrário de outros matadores da fronteira que andam sempre em dupla.

Há três anos, Mauricio foi apontado como autor do assassinato do médico José Marcial Centurión Cáceres, 50. Ele foi morto quando deixava a sede do IPS (órgão semelhante ao INSS) em Pedro Juan Caballero. Mauricio chegou a ser preso como suspeito de ter executado o médico, mas foi solto por falta de provas.

Mauricio também é apontado como executor de Rodrigo Maldonado Fernandez, 26, morto alguns dias antes do médico. Apontado como assaltante de caminhonetes na fronteira, Rodrigo foi morto a tiros dentro de açougue em Pedro Juan Caballero. O Ministério Público paraguaio não explicou ainda porque o pistoleiro estava solto.