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Interior

Paraguai inicia 3º dia de contagem em containers com carga de cocaína

Oito containers com carvão ainda faltam ser descarregados; cocaína supera 2.331 quilos

Helio de Freitas, de Dourados | 21/10/2020 10:20
Pacotes de cocaína retirados de sacos de carvão em porto paraguaio (Foto: Última Hora)
Pacotes de cocaína retirados de sacos de carvão em porto paraguaio (Foto: Última Hora)

Foi retomada nesta quarta-feira (21) a vistoria nos containers de carvão vegetal que escondiam a maior carga de cocaína já apreendida em território paraguaio. Dos dez containers que seriam embarcados no porto de Villeta, no Rio Paraguai, com destino a Israel e à Europa, oito ainda precisam ser descarregados.

A Polícia Nacional ainda não informou o peso exato da droga encontrada até agora, mas já ultrapassa os 2.321 quilos, superando o carregamento de 2.190 quilos, apreendido no ano passado em Yby Yaú, a 80 km de Ponta Porã (MS).

Hoje de manhã, o ministro do Interior do Paraguai Euclides Acevedo disse que solicitou da procuradora-geral de Justiça Sandra Quiñónez reforço de promotores para acompanhar a vistoria. “São dez no total, até agora apenas dois foram revistados. Faltam oito, vai levar muito tempo”, afirmou o ministro.

A carga recorde foi interceptada segunda-feira (19) após cinco meses de investigação, com colaboração da polícia da Bélgica, onde carregamento semelhante havia sido interceptado recentemente.

Os pacotes de cocaína estavam escondidos em sacos de carvão vegetal, estratégia que dificulta a identificação da droga no aparelho de raio-x. A empresa de exportação responsável pela carga estava inativa desde 2013 e foi reativada neste ano, em plena crise mundial causada pela pandemia do novo coronavírus.

Cidade de 37 mil habitantes, Villeta fica na margem do Rio Paraguai, a 250 km do território sul-mato-grossense.

Até agora o único preso foi Cristhian Turrini, que foi diretor da TV Pública do Paraguai no governo de Federico Franco (2012-2013). Ontem, através de um advogado, ele negou ligação com o tráfico e chegou a sugerir que a polícia paraguaia tivesse “plantado” a droga para incriminá-lo.

À noite, o advogado informou à imprensa paraguaia que deixaria o caso após a família de Turrini procurar outros escritórios de advocacia, especializados em defender narcotraficantes.

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