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Interior

‘Parecia mano de boné de aba reta’, diz PM preso após confusão com PRF

Suspeito de ajudar cigarreiros, ele chegou agredir um PRF e foi preso, pelo porte de rádio comunicador ilegal. Após pagar fiança de R$ 1 mil e sair, que viajava com o irmão para Campo Grande quando abordou policiais rodoviários do serviço de inteligência

Helio de Freitas, de Dourados | 21/03/2018 11:43
Ajudado por irmão de PM, policial recolhe rádio e giroflex encontrados no carro após confusão envolvendo policiais rodoviários (Foto: Direto das Ruas)
Ajudado por irmão de PM, policial recolhe rádio e giroflex encontrados no carro após confusão envolvendo policiais rodoviários (Foto: Direto das Ruas)

Levado para a delegacia da Polícia Federal em Dourados após se envolver em uma confusão com dois policiais rodoviários federais em um posto em Maracaju, o policial militar Alisson Almeida disse que abordou os agentes do serviço de inteligência da PRF por estarem “em atitude suspeita” e por um deles “parecer mano com boné de aba reta”.

O PM foi apontado como suspeito de bater estradas para contrabandistas de cigarro, mas acabou sendo autuado na PF apenas por carregar um rádio comunicador irregular. Ele pagou fiança de R$ 1 mil e já está em liberdade.

Os fatos ocorreram ontem (20) em um posto de combustíveis quando dois agentes do serviço de inteligência da PRF, usando roupas sem identificação, investigavam carregamentos de cigarro contrabandeado que passa pela MS-162.

O policial militar estava acompanhado do irmão e foi acusado de se identificar como agente da Polícia Federal para tomar a arma do agente disfarçado da PRF. Ele nega.

“Eu estava vindo de Campo Grande. Fui abastecer no posto da entrada de Maracaju. Meu irmão, enquanto eu abastecia o carro, foi comprar dois salgados. Quando retornava da conveniência do posto percebi dois caras estranhos, um parecendo mano com boné de aba reta cutucou o outro e disse: esses caras é polícia”, afirmou Alisson ao Campo Grade News.

Diz que chamou a polícia – O PM rebate a versão dos policiais rodoviários e diz que fez a abordagem por suspeitar da atitude dos dois homens. “Levantei o vidro e meu irmão entrou no carro. Quando percebi o cara vindo por trás em atitude suspeita com um volume na cintura e fez movimento de filmar meu carro com o celular. Eu abordei, eu recolhi a arma, eu chamei a PM”, afirmou.

“Me identifiquei como policial militar mandando que colocasse a mão na cabeça e virasse de costas. Quando fui verificar o que tinha na cintura, o cidadão, que em momento nenhum se identificou como polícia, não deixou eu retirar o volume da cintura. Aconteceu a luta corporal e eu consegui tirar a arma da cintura e entregar para meu irmão. Pedi para populares ligarem no 190 pedindo apoio, já que estava de posse de uma ocorrência de porte ilegal de arma de fogo”, alega Alisson Almeida.

Pediu desculpas – O PM afirma que percebeu o outro homem falando com algum PRF pelo telefone e perguntou se eram policiais. “Ao saber pelo outro cidadão que se tratava de policiais rodoviários, ajudei o cidadão a se levantar e entreguei sua arma. Querem falar que algo está errado, mas era só ele ter informado ‘sou polícia’. Na hora tinha guardado minha arma e ido embora. Eu pedi desculpas para o PRF três vezes, mas ele levou pelo lado pessoal”.

Alisson Almeida afirma que os equipamentos encontrados no carro são usados em seu trabalho no distrito de Culturama, em Fátima do Sul, onde é lotado, e que o rádio sequer estava instalado.

“O delegado da PF informou q mesmo não estando ligado, o rádio guardado no porta-malas era irregular. Mesmo sem o rádio funcionar tive que pagar fiança de R$ 1 mil e deixei o carro para ser periciado para mostrar que não tem como ligar o aparelho nele”, declarou o PM.

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