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Interior

PF desarticula quadrilha que fraudou R$ 1 milhão em pensão de indígenas

Caroline Maldonado | 03/06/2016 07:19

A PF (Polícia Federal) deflagrou hoje (3) operação para prender envolvidos em esquema de fraude para obtenção de pensão por morte, cuja soma do prejuízo evitado e causado ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) pode ultrapassar R$ 1 milhão. Um advogado e um servidor da Funai (Fundação Nacional do Índio) integram o grupo, que registrava crianças como se fossem filhos de indígenas já mortos para então conseguir a pensão.

Oitenta policiais cumprem dois mandados de prisão preventiva, em Amambai e Iguatemi, a 466 quilômetros de Campo Grande. Também há 14 mandados de busca e apreensão e 16 de condução coercitiva, em que os suspeitos são obrigados e seguir com os agentes, ambos expedidos pela Justiça Federal de Ponta Porã.

Até agora, foram constatadas cinco fraudes, mas vários documentos apreendidos indicam que o prejuízo ultrapassa R$ 1 milhão. A operação, deflagrada hoje, foi batizada de Uroboros, em alusão à serpente mítica que é representada engolido seu próprio rabo e, por isso, simboliza o caráter destrutivo da cobiça e da ganância, conforme a Polícia Federal.

A ação da Delegacia da PF de Ponta Porã, em conjunto com Ministério do Trabalho e Previdência Social, conta com apoio logístico do 11° Regimento de Cavalaria Mecanizada do Exército Brasileiro e do MPE (Ministério Público Estadual).

Esquema – Segundo a polícia, o benefício social não prescreve para menores, portanto o grupo conseguia obter valores referentes as pensões, que retroagiam desde a morte dos indígenas, cujos nomes eram utilizados nas fraudes.

Com logística bem estruturada, os criminosos contavam com um advogado que pleiteava judicialmente os benefícios negados administrativamente. O profissional, que não teve o nome divulgado, ainda patrocinava pedidos de guarda de menores por parte de indígenas aliciados para as fraudes.

A guarda das crianças era tirada de seus guardiões apenas para proporcionar a obtenção do benefício. A polícia não revelou também o nome do servidor da Funai envolvido nos crimes, apenas informou que ele trabalha em Amambai. 

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