PF fará perícia em celular apreendido com ex-secretário na cadeia
Renato Vidigal foi levado para cela disciplinar na Penitenciária de Dourados e vai ficar dez dias isolado, sem receber visita
A Polícia Federal vai fazer perícia no celular apreendido ontem (11) na cela do médico Renato Oliveira Garcez Vidigal, ex-secretário de Saúde de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande. O equipamento estava escondido entre as roupas dele, em uma caixa de papelão. Preso pela Polícia Federal no dia 6 do mês passado na segunda fase da Operação Purificação, Vidigal foi levado no dia seguinte para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Vidigal estava no setor chamado “capela”, afastado dos raios onde ficam os presos considerados mais perigosos. Com a descoberta do celular, o médico foi levado ainda ontem para o isolamento na chamada “cadeia linear”, onde vai ficar por dez dias sem regalias e sem receber visita.
O prazo de dez dias é o chamado isolamento preventivo, mas ele pode pegar mais dez dias na cela disciplinar após o procedimento administrativo instalado pela penitenciária. Ser flagrado na cela com celular é considerado falta grave. No caso de condenados, os presos permanecem por mais tempo no regime fechado quando são pegos com celular.
O celular foi encontrado na manhã de ontem por agentes penitenciários. Vidigal admitiu que o aparelho era dele. A reportagem apurou que o médico vinha conversando com pessoas ligadas à prefeitura, inclusive fazendo videochamadas.
Vidigal foi secretário de Saúde de janeiro de 2017 a janeiro deste ano. Ele está preso acusado de desvio de pelo menos R$ 530 mil de verba da saúde através da empresa Marmiquente, que fornecia alimentação para a Funsaud. Também está preso o ex-diretor financeiro da secretaria, Raphael Henrique Torraca Augusto, o “Pardal”, apontado como sócio de Vidigal na empresa de fachada.