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Interior

Polícia chegou pelo ar para prender “patrão” da máfia do cigarro

Fábio Costa, o “Pingo”, foi preso ontem em mansão afastada do centro de Salto del Guairá

Helio de Freitas, de Dourados | 12/10/2020 11:01
Policiais em frente à mansão onde chefe da máfia do cigarro foi preso (Foto: Divulgação)
Policiais em frente à mansão onde chefe da máfia do cigarro foi preso (Foto: Divulgação)

Foi pelo ar, de helicóptero, que policiais paraguaios chegaram neste domingo (11) para cercar o brasileiro apontado como um dos quatro chefões do contrabando de cigarro na fronteira e responsável em pagar propina a agentes da lei corruptos para permitir a passagem das cargas.

O ex-policial militar de Mato Grosso do Sul Fábio Costa, o “Pingo”, foi preso em uma mansão em área afastada do centro de Salto del Guairá, cidade vizinha de Mundo Novo (MS), a 476 km de Campo Grande.

Veja o vídeo:

Fábio Costa estava no Paraguai depois de ter a prisão decretada na primeira fase da Operação Nepsis, em setembro de 2018. Toda a polícia da fronteira sabia onde ele morava. Nesse mesmo condomínio rural onde ele foi preso, o filho dele, João Victor Richena Costa, 17, foi executado a tiros de fuzil, em julho daquele ano.

Entretanto, os policiais paraguaios nunca tinham chegado ao “patrão” dos cigarreiros, que em janeiro deste ano foi incluído na lista do Ministério da Justiça entre os 26 bandidos mais procurados do Brasil.

O ex-PM foi apontado na lista como suspeito de corromper agentes públicos para assegurar a passagem de cargas de cigarro contrabandeado. Ele tinha sido preso em 2011 pela Polícia Federal, na Operação Marco 334, mas depois de ganhar a liberdade o ex-PM se refugiu em território paraguaio.

Neste domingo, Fábio Costa foi preso em operação envolvendo o Departamento contra o Crime Organizado, o Grupo Tático da Polícia Nacional e o Ministério Público do Paraguai.

Os mandados de busca foram expedidos pela juíza Lici Teresita Sanchez. Os paraguaios chamaram a operação de Nepsis II, já que o ex-PM tinha sido alvo na primeira fase, em setembro de 2018, mas escapou da polícia brasileira.

Policiais ouvidos pelo Campo Grande News afirmam que Pingo sempre esteve em Salto del Guairá, onde se mantinha em liberdade graças à propina paga a autoridades do país vizinho. “Acabou o dinheiro”, disse ainda na noite de ontem um policial ao ver a foto de Fábio Costa preso.

Agora, dos quatro patrões da máfia do cigarro, apenas Carlos Alexandre Gouveia, o “Kandu”, continua foragido. Assim como Fábio Costa, Kandu é baseado em Salto del Guairá, mas escapou do cerco policial deste domingo. A suspeita é que a informação sobre a operação tenha “vazado”.

Os outros dois chefes do esquema, Ângelo Guimarães Ballerini, o “Alemão”, e Valdenir Pereira dos Santos, o “Perna”, estão recolhidos no Presídio Federal de Mossoró (RN).

“Alemão” e “Perna” tinham sido condenados a 50 anos de prisão no âmbito da Operação Teçá, mas no mês passado, o TRF3 (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, sediado em São Paulo, anulou a sentença. Entretanto, eles permanecem presos em decorrência da Operação Nepsis.

Policiais paraguaios na sala da mansão onde Fábio Costa foi preso (Foto: Divulgação)
Policiais paraguaios na sala da mansão onde Fábio Costa foi preso (Foto: Divulgação)


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