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Interior

Polícia Federal abre hoje posto avançado na reserva indígena de Dourados

Vanda Escalante | 15/06/2011 09:39

Dentro de um caminhão foi montada uma delegacia que funcionará durante os 120 dias da Operação Tekoha.

Policiais federais fizeram reunião ontem na reserva, para explicar operação e pedir apoio da comunidade. (Foto: Hédio Fazan)
Policiais federais fizeram reunião ontem na reserva, para explicar operação e pedir apoio da comunidade. (Foto: Hédio Fazan)

Cinco dias depois de deflagrar a Operação Tekoha, a PF (Polícia Federal) colocou em funcionamento nesta quarta-feira (15) o posto avançado que vai funcionar dentro da reserva indígena de Dourados para garantir a segurança da comunidade.

O propósito, de acordo com as informações da PF, é manter as rondas, fazendo policiamento ostensivo de caráter preventivo, em conjutno com a Polícia Militar e apoio da Polícia Civil. A Operação Tekoha, iniciada dia 10 deste mês, deve durar 120 dias e visa combater situações de violência e tráfico de drogas verificadas dentro da reserva.

A instalação e funcionamento do posto avançado foram uma decisão tomada em conjunto com a coordenação regional da Funia (Fundação Nacional do Índio) de Dourados e com os comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil do Município. O posto está instalado na frente da Escola Municipal Tengatui Marangatu, na Aldeia Jaguapiru e funciona durante o dia, das 7h30 às 17h30.

O posto avançado está montado dentro de um caminhão, que vai funcionar como uma espécie de delegacia, contendo escritório com energia elétrica, ar condicionado e computadores. No local serão registrados os boletins de ocorrência e os índios serão ouvidos sem que seja necessário sair da aldeia.

Ontem (14), o delegado responsável pela operação, Antonio Carlos Moriel, esteve reunido com as lideranças e moradores para explicar os procedimentos que serão adotados durante a permanência da PF na reserva e pedir apoio da comunidade. De acordo com o delegado, os índios foram bastante receptivos e se disseram satisfeitos com a perspectiva de aumento da segurança.

Logo no início da operação foram presas três pessoas, acusadas de chefiar o tráfico de drogas dentro da reserva. Também chegam à polícia denúncias de exploração econômica e outros tipos de abuso relacionados principalmente à violência, mas ainda não há um balanço oficial acerca de ocorrências registradas ou ações de repressão pelas forças policiais.

Reserva - A reserva indígena de Dourados é a maior reserva em área urbana do país. Em cerca de 3,6 mil hectares vivem mais de 13 mil pessoas de três etnias: guarani, kaiowa e terena. A reserva tem duas aldeias, a Bororó e a Jaguapiru, e registra também índices de violência e criminalidade estimados em 800% acima da média nacional.

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