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Interior

Polícia pede mais prazo para investigar incêndio com 6 mortes

Caroline Maldonado | 02/06/2014 16:01
Ameaçado de morte, o único sobrevivente da família mudou de cidade (Foto: Marizete Espíndola)
Ameaçado de morte, o único sobrevivente da família mudou de cidade (Foto: Marizete Espíndola)

Passado um mês do incêndio que matou seis pessoas em Coronel Sapucaia, município a 400 quilômetros de Campo Grande, o delegado responsável pelo caso, Leandro Costa de Lacerda Azevedo, pediu prorrogação do prazo para concluir o inquérito, que venceria hoje. Segundo ele,  a Polícia deve apresentar uma conclusão daqui 30 dias.

O delegado informou que está aguardando os laudos da perícia e necroscópico para prosseguir com a investigação. De acordo, com ele os laudos são fundamentais para descobrir o motivo das mortes e a causa do incêndio, acontecido no dia 2 de maio, no qual morreram Rosângela dos Santos, 50 anos, o filho Alejandro dos Santos, 22 anos, a filha Vanussa dos Santos, 26 anos e os filhos dela Sabrina, 4 anos e Stefani, de 10 meses e Thiago, 10 anos.

Os familiares das vítimas aguardam o parecer da Polícia para saber eu o incêndio foi criminoso ou se pode ter havido um curto circuito ou algo parecido. A instalação elétrica da casa era muito antiga, de acordo, com o mecânico Edson da Silva, agora viúvo de Vanussa. Na conveniência, a sogra dele tinha freezers e câmara de fria, o que poderia ter sobrecarregado a instalação já precária.

Linhas de investigação - Outra suspeita é de que o cunhado Alejandro tenha provocado o incêndio pois, segundo Edson, o cunhado publicou frases em um site, no dia anterior à tragédia, em tom de ameaça à família. “Eu vi no celular dele a frase 'Vocês me odeiam, eu só lamento'”, afirma. O mecânico contou ainda que o rapaz já tentou se matar, cortando os pulsos, pois tinha um relacionamento difícil com a mãe, Rosângela. Segundo Edson, Alejandro era homossexual e por não aceitar essa condição, a mãe o tratava mal.

Por ser o único sobrevivente da família, Edson está na mira de pessoas da vizinhança que o acusam de ter provocado o incêndio. Há quinze dias ele se mudou para Naviraí, cidade distante 184 quilômetros de Naviraí, com medo das ameaças de morte. Agora, o mecânico está morando com a irmã Dilene da Silva.

Ela conta que ele ainda está muito abalado com a perda da família e não consegue voltar a trabalhar enquanto o inquérito não é concluído. “As pessoas ficaram inconformadas, todos revoltados e querem culpar alguém, mas meu irmão jamais faria isso. Ele se lembra disso todos os dias e chora muito”, afirma Dilene.

Edson contou que informou a Polícia sobre sua mudança de cidade e quer justiça, caso a investigação aponte um culpado. A outra irmã de Edson, que mora em Coronel Sapucaia, disse que o delegado esteve na casa dela para saber notícias do irmão, na última terça-feira (27). De acordo com o delegado, não há evidência contra o mecânico.

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