Prefeitura cria comissão para acompanhar falência da usina de Bumlai
Uma comissão foi criada hoje (12) pela prefeitura de Dourados para acompanhar a falência da Usina São Fernando, de propriedade da família do pecuarista José Carlos Bumlai. A falência foi decretada quinta-feira (8) pelo juiz da 5ª Vara Cível, Jonas Hass da Silva Junior, após os credores negarem o plano de recuperação judicial apresentado pela indústria.
A maior preocupação das autoridades políticas douradenses é o caos que o fechamento da usina provocaria na economia da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul. A São Fernando gera pelo menos cinco mil empregos, entre diretos e indiretos, e arrecada R$ 10 milhões em ICMS.
Ao receber trabalhadores da usina, liderados pelo presidente do sindicato da categoria, Donizete Aparecido Martins, a prefeita Délia Razuk (PR) disse ter ficado mais tranquila após o juiz afirmar na sentença que a falência não inviabiliza a continuidade do funcionamento da indústria.
“É importantíssimo para o município e toda a sociedade que esta indústria continue operando. E nós temos de nos unir, somar forças, para que a empresa possa recuperar sua capacidade plena de operação”, afirmou a prefeita.
Segundo ela, a cana plantada é suficiente para garantir a produção até o fim do ano e que o funcionamento em 2018 preocupa. “Temos de ter certeza de que vamos ter matéria-prima no ano que vem. Por isso é preciso agir rápido com as empresas que têm interesse em assumir a usina”.
Délia defendeu a comissão formada por representantes da prefeitura, da Câmara de Vereadores, dos trabalhadores, das empresas parceiras e da Fiems (Federação das Indústrias de MS), para acompanhar o caso e encaminhar sugestões a possíveis futuros investidores.
Comissão – A comissão é formada pelo presidente do sindicato dos trabalhadores da usina, Donizete Aparecido Martins, pelos funcionários Sueli Valério de Lima Martins, José Aparecido Monteiro e Eduardo Cavalcanti de Oliveira, pelos vereadores Braz Melo e Alan Guedes pelos secretários Rose Ane (Desenvolvimento) e João Fava (Fazenda), por Sidnei Camacho, da Fiems, e Celso Schuch dos Santos, interlocutor com o Judiciário.
“Não se trata apenas dos nossos empregos. É uma questão que atinge a sociedade toda”, afirmou Donizete Martins.
Na sexta-feira, o administrador judicial da falência, Vinicius Coutinho, disse ao Campo Grande News que a usina vai continuar operando normalmente até aparecer um investidor.
Ele garantiu que os trabalhadores não serão demitidos e prevê um desfecho até o final deste ano. “A usina é viável, mas precisa de um investidor”, afirmou. A São Fernando tem dívidas de R$ 1,3 bilhão.