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Interior

Reunião amanhã discute risco de demissão em massa na usina de Bumlai

Câmara de Vereadores quer intermediar conflito entre trabalhadores e São Fernando, que pode ter falência decretada pela Justiça

Helio de Freitas, de Dourados | 08/06/2017 15:03
Usina São Fernando, em Dourados; dívida de R$ 1,3 bilhão e risco de falência (Foto: Helio de Freitas)
Usina São Fernando, em Dourados; dívida de R$ 1,3 bilhão e risco de falência (Foto: Helio de Freitas)

A possível demissão em massa de pelo menos dois mil funcionários da Usina São Fernando vai ser discutida em uma reunião amanhã (9) na Câmara de Vereadores de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.

De propriedade da família do pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula e um dos condenados na Operação Lava Jato, a indústria pode ser fechada e levada a leilão caso a Justiça decrete sua falência nos próximos dias.

Representantes do Sindicato dos Trabalhadores da Usina São Fernando foram chamados para discutir com os vereadores a situação dos funcionários por conta da possível falência.

“Estamos em um momento delicado, com milhões de trabalhadores sem emprego no país e correndo o risco de um caos com a demissão em massa na São Fernando”, afirmou a presidente da Câmara, Daniela Hall (PSD).

Outro que propôs o debate amanhã, o vereador Braz Melo (PSC) disse que a possível falência vai afetar também a economia do município, já que a usina gera renda e arrecadação de impostos na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul.

No ano passado, segundo os vereadores, a São Fernando arrecadou R$ 10 milhões de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços).

Falência – Na semana passada, a São Fernando teve seu plano de recuperação judicial rejeitado durante assembleia de credores, realizada em Dourados.

O plano prevê redução da dívida de R$ 1,3 bilhão para R$ 950 milhões a partir de descontos nos valores a serem pagos a credores sem garantia real. Os bancos, para quem a São Fernando deve R$ 530 milhões, receberiam 16% de suas respectivas fatias à vista e o restante em 20 anos, corrigido pela TJLP e mais 1,4% ao ano. Para arcar com esses pagamentos a ideia era vender a usina.

O administrador judicial Vinicius Coutinho disse que a lei prevê, em caso de rejeição do plano de recuperação, a decretação de falência e venda do patrimônio para pagar as dívidas. O caso aguarda decisão do juiz da 5ª Vara Cível de Dourados, Jonas Hass Silva Junior.

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