Preso por corrupção, ex-contador presenteado com carro ganha liberdade
Um dos 15 réus na ação que investiga corrupção na Prefeitura de Dourados, Rosenildo da Silva França ficou três dias preso
O contador Rosenildo da Silva França, 45, ex-diretor de Finanças e Receita da prefeitura, conseguiu liberdade provisória e deixou a prisão na sexta-feira (14), três dias após ser preso na segunda fase da Operação Pregão, em Dourados, a 233 km de Campo Grande.
Apontado pelo Ministério Público como o elo entre setores da prefeitura e os prestadores de serviço contratados através de licitações fraudulentas, Rosenildo e a esposa, Andreia Ebling, foram presos na terça-feira (11). Ela saiu no mesmo dia após a Justiça determinar o relaxamento da prisão.
O contador é um dos 15 réus da Operação Pregão, que desmontou a organização criminosa instalada na Secretaria de Fazenda de Dourados para fraudar processos licitatórios e contratar empresas do esquema sem licitação.
Também são réus o ex-secretário de Fazenda João Fava Neto, o ex-chefe do departamento de licitação Anilton Garcia de Souza, o empresário Messias José da Silva e a vereadora Denize Portolann (PR), presos há 47 dias.
Ainda são réus os empresários Rodrigo Gomes da Silva, Ivan Félix de Lima, Zazi Brum e Pedro Brum Vasconcelos Oliveira; o servidor efetivo Heitor Pereira Ramos e o ex-servidor comissionado Antônio Neres da Silva Júnior, também exonerado após a Justiça determinar seu afastamento.
Também parecem como rés as empresas MS SLOTS Consultoria Técnica LTDA., Douraser Prestadora de Serviços de Limpeza e Conservação, GTX Serviços de Engenharia e Construção (de Campo Grande) e Energia Engenharia Serviços e Manutenções.
Ganhou carro – Entre as provas do envolvimento de Rosenildo com o esquema de corrupção está um utilitário Jeep Renegade, que seria “presente” de uma das empresas do esquema.
O carro está registrado em nome de terceiros, mas pertence a Rosenildo, segundo confirmou a própria esposa dele, em depoimento ao Ministério Público.
“Rosenildo teve participação ativa nas atividades da organização criminosa. Em análise preliminar aos materiais apreendidos [no dia 31 de outubro], foi possível verificar que um dos veículos pertencentes a ele teria sido obtido com vantagem indevida, concedida por uma das empresas envolvidas”, diz trecho do documento do MP enviado ao Poder Judiciário.
O Jeep Renegade Sport automático, cor branca, ano 2015/2016, está entre os bens colocados em indisponibilidade no dia 8 de novembro pelo juiz da 6ª Cível José Domingues Filho.