Preso por corrupção, ex-secretário de Fazenda é 1º a pedir liberdade
Advogado de João Fava Neto pediu relaxamento da prisão preventiva na 1ª Vara Criminal de Dourados
Preso há oito dias na Operação Pregão, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul, o ex-secretário de Fazenda João Fava Neto pediu ontem (7) o relaxamento do mandado de prisão preventiva. O pedido foi encaminhado pelo advogado Maurício Nogueira Rasslan à 1ª Vara Criminal de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, e ainda será analisado.
Homem de confiança da prefeita Délia Razuk (PR) nos 20 meses em que comandou as finanças do município, João Fava Neto foi exonerado segunda-feira (5) e substituído pelo assessor de gabinete Carlos Augusto de Melo Pimentel, nomeado como interino na quinta-feira (1º).
Os outros três presos na operação desencadeada para investigar a organização acusada de fraudar licitações e de contratar empresas prestadoras de serviço através da dispensa ilegal de licitação, ainda não pediram relaxamento da prisão.
Além de João Fava Neto, estão presos o ex-diretor do Departamento de Licitação da prefeitura Anilton Garcia de Souza, também exonerado nesta semana, a ex-secretária de Educação e vereadora Denize Portolann de Moura Martins (PR) e o empresário Messias José da Silva, dono da Douraser, empresa contratada pela prefeitura com dispensa de licitação.
Na terça-feira (6), Denize Portolann pediu afastamento de 120 dias da Câmara e ontem a Mesa Diretora empossou no lugar dela a suplente Lia Nogueira (PR). Denize está no presídio feminino de Rio Brilhante e os outros três na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
As denúncias – Os ex-assessores da prefeita, o empresário e a vereadora licenciada são acusados de integrar uma organização criminosa acusada de fraudar licitações, de fazer dispensa indevida de licitação e falsificação de documentos para desviar recursos públicos.
A Douraser, contratada pela prefeitura para fornecer vários serviços, entre os quais a limpeza das escolas municipais, recebeu até setembro deste ano quase R$ 7 milhões da prefeitura.
Outra empresa investigada no esquema é a Energia Engenharia Serviços e Manutenções Ltda. No dia 31, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na sede da empresa na Avenida Presidente Vargas e na casa do dono, Pedro Brum Vasconcelos Oliveira.
A Energia foi contratada em 2017 pela prefeitura por R$ 1,9 milhão para fornecer 97 merendeiras para trabalhar em escolas e centros de educação infantil do município. Denize Portolann era secretária de Educação quando o contrato foi assinado.
O Ministério Público informou ontem ao Campo Grande News que a investigação está na fase de verificação dos documentos apreendidos e remessa de equipamentos para perícia. A Justiça decretou sigilo no caso.