Preso por vender droga em balada vira réu em outro processo por tráfico
Pedro Otávio Ricci Sabino é acusado de vender droga também em Fátima do Sul
Preso há quase quatro meses acusado de vender ecstasy e “loló” (lança-perfume) no “Haras Weekend”, maior festa rave do interior de Mato Grosso do Sul, realizada em Dourados, Pedro Otávio Ricci Sabino, 23, virou réu em outro processo por tráfico de drogas, desta vez, no município de Fátima do Sul.
O caso ocorreu no dia 14 de janeiro de 2020, perto do Parque Industrial, em Fátima do Sul. Pedro conduzia o Golf abordado pela Polícia Militar, mas nada foi encontrado no veículo, nem com o condutor. Entretanto, o amigo de Pedro, Rhuan Pablo Souza Assumpção, 20, levava 13 cartelas da droga sintética LSD na carteira.
Na delegacia, Pedro Sabino negou qualquer ligação com a droga e foi liberado. Rhuan foi autuado em flagrante, ficou uma semana preso e foi solto pela Justiça no dia 20 do mesmo mês.
Inicialmente, apenas Rhuan Assumpção foi denunciado pelo Ministério Público. Entretanto, a quebra de sigilo do celular do rapaz levou a polícia a descobrir o envolvimento direto de Pedro Sabino na venda de droga sintética.
Segundo a investigação, os dois trabalhavam juntos e Pedro fornecia droga para Rhuan revender em Fátima do Sul. Conversas através do aplicativo WhatsApp revelaram que os dois tratavam abertamente sobre a venda da droga, negociavam valores e falavam até dos clientes.
“Vendi uma por R$ 100 para uma médica. Me ligou louca e pegou mais duas. Fiz por R$ 70 cada”, disse Pedro Sabino a Rhuan, em dezembro de 2019. As conversas foram extraídas do celular de Rhuan com ordem judicial e incluídas na denúncia do MP.
Ainda segundo a denúncia, no celular de Rhuan, foram encontradas fotos de drogas, como maconha, crack, cocaína, haxixe, cartelas de LSD e ecstasy, além de conversas com usuários de entorpecentes da cidade e região.
Com base nas provas que surgiram após a perícia no celular, em março deste ano, o promotor Rodrigo Cintra Franco ofereceu nova denúncia sobre o caso, desta vez, também contra Pedro Sabino. A denúncia foi recebida na semana passada pelo juiz Vitor Dias Zampieri, da 2ª Vara de Fátima do Sul. Os advogados dos dois rapazes têm dez dias para apresentar defesa prévia.
Prisão em Dourados – Na madrugada de 12 de dezembro do ano passado, Pedro Sabino, Gustavo Almeida Freitas de Souza, 20, o “DJ Ala 7”, e Guilherme Amaral da Silva, 23, foram presos por policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) na festa rave Haras Weekend, no parque de exposições de Dourados.
No dia seguinte, a Justiça concedeu liberdade provisória a Gustavo e Guilherme, mas decretou a prisão preventiva de Pedro Sabino. Ele segue preso, na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
Acusações – No início deste mês, na defesa prévia apresentada à Justiça, o advogado e tio de Pedro acusou o delegado de Polícia Civil Erasmo Cubas (que conduziu a operação na festa rave) de abuso de autoridade.
A acusação também atingiu o advogado criminalista Renan Souza Pompeu, que atuou na defesa de Pedro Sabino logo após a prisão e ainda apontou suposta extorsão praticada dentro da delegacia contra Pedro Sabino.
Na defesa do sobrinho/cliente, o advogado Evandro José Ricci pediu ao Judiciário a rejeição da denúncia do Ministério Público por crime de tráfico de drogas feita ou a anulação das provas (obtidas, segundo ele, de forma ilegal) e desqualificação para porte de droga para consumo próprio.
O delegado não quis se manifestar sobre as acusações. Já o advogado Renan Pompeu negou as “graves e infundadas acusações”. O caso segue em andamento.