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Interior

Promotor liga execução de advogada à guerra entre narcotraficantes

Para Javier Ibarra, muita gente está preocupada após o assassinato de Laura Casuso, ontem em Pedro Juan Caballero

Helio de Freitas, de Dourados | 13/11/2018 11:19
Advogada sendo socorrida após atentado; ela morreu logo depois da cirurgia (Foto: ABC Color)
Advogada sendo socorrida após atentado; ela morreu logo depois da cirurgia (Foto: ABC Color)

O promotor de Justiça paraguaio Javier Ibarra ligou a execução da advogada Laura Marcela Casuso à guerra que as facções travam pelo controle do narcotráfico na fronteira do Paraguai com o Brasil, na Linha Internacional com Mato Grosso do Sul. O epicentro dessa disputa está em Pedro Juan Caballero e Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

Para o promotor, que já foi vice-ministro de Segurança, no Paraguai há uma “luta enorme” pelo controle do tráfico de drogas e que após o assassinato de Laura Casuso, muita gente deve estar preocupada.

Morta após sofrer atentado a tiros em Pedro Juan Caballero na noite de ontem, Laura era advogada de dois narcotraficantes brasileiros, o sul-mato-grossense Jarvis Gimenes Pavão, extraditado há 11 meses para o Brasil, e Marcelo Fernando Peixoto Veiga, o Marcelo Piloto, homem forte do Comando Vermelho, preso atualmente em Assunción.

“Há uma luta pelo poder enorme, pelo controle. Isso vem há tempo, não é de agora. Nessa luta guerra pelo poder, cada um sabe onde aperta o sapato”, afirmou o promotor. Segundo ele, a guerra entre traficantes pelo controle da fronteira já existia, mas as autoridades ainda não tinham se atentado para o fato.

Para Javier Ibarra, o governo não tem estrutura para enfrentar as quadrilhas que operam no Paraguai.

“Nunca os recursos serão iguais. Mas com o pouco que se tem é preciso fazer, exigir resultados. É preciso gente que faça o necessário”, disse o promotor em entrevista à rádio ABC Cardinal.

Local onde advogada foi ferida por oito tiros de pistola, ontem à noite (Foto: Direto das Ruas)
Local onde advogada foi ferida por oito tiros de pistola, ontem à noite (Foto: Direto das Ruas)

Atentado – Laura Casuso participava de uma reunião em uma loja da Maçonaria no bairro Maria Victoria, a 400 metros do território brasileiro, quando recebeu uma ligação e foi para a frente do prédio.

Quando ela caminhava em direção à rua, seguida por uma outra pessoa não identificada, um pistoleiro com pano no rosto aparece e começa a atirar. Câmeras de segurança registraram o atentado. A pessoa que acompanhava Laura volta correndo para o interior do estabelecimento.

Outro pistoleiro, de dentro de uma caminhonete Toyota Hilux preta, também atira para o alto, na direção da advogada caída e em direção ao prédio.

Em seguida o pistoleiro com o rosto coberto entra na Hilux e o grupo foge, possivelmente para Ponta Porã. A polícia paraguaia afirma que de três a quatro pistoleiros participaram do atentado. Eles seriam brasileiros, mas ainda não há pista dos matadores.

As imagens mostram Laura caída no chão, se mexendo, após os pistoleiros fugirem. As primeiras pessoas começam a aparecer quase um minuto após a fuga dos criminosos, como mostra o vídeo abaixo.

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