ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
DEZEMBRO, SEGUNDA  23    CAMPO GRANDE 25º

Interior

Rapaz achado morto foi quem atirou em principal alvo de chacina, diz polícia

Policiais paraguaios reconheceram participação de Derlis Ayala na execução de quatro pessoas, dia 9

Helio de Freitas, de Dourados | 18/10/2021 15:25
Policiais cercam local onde suspeito de tráfico e 3 mulheres foram executados, dia 9. (Foto: Última Hora)
Policiais cercam local onde suspeito de tráfico e 3 mulheres foram executados, dia 9. (Foto: Última Hora)

Acusada pelo prefeito José Carlos Acevedo de encobrir os verdadeiros autores da chacina de quatro pessoas no dia 9 deste mês na fronteira, a polícia paraguaia já admite outra versão para o crime ocorrido em Pedro Juan Caballero, cidade vizinha de Ponta Porã (a 323 km de Campo Grande).

Nesta segunda-feira (18), o comissário Hugo Díaz, chefe da Polícia Nacional em Amambay, disse que Derlis David Sanchez Ayala, 23, encontrado morto a tiros na noite de sábado na zona rural de Pedro Juan Caballero, foi um dos três pistoleiros que praticaram a chacina.

Ele seria o bandido que aparece em imagens de câmeras atirando em Osmar Vicente Álvarez Grance, 29, o “Bebeto”, o verdadeiro alvo do ataque, que ainda fez como vítimas as estudantes de medicina Haylee Carolina Acevedo Yunis, 21, (filha do governador de Amambay Ronald Acevedo), a mato-grossense Rhamye Jamilly Borges de Oliveira, 18, e a douradense Kaline Reinoso de Oliveira, 22.

Derlis foi executado com tiros de pistola 9 milímetros na cabeça e ao lado do corpo, foi deixado bilhete com a frase “Matei 3 meninas inocentes, fique de exemplo”.

O reconhecimento de Derlis Sanchez como um dos três pistoleiros que mataram Bebeto e as três mulheres indica mudança no rumo das investigações e inocenta os seis brasileiros presos na semana passada.

Apesar da Polícia Nacional ainda não admitir, fontes ouvidas pela reportagem revelam que o grupo, supostamente ligado ao PCC (Primeiro Comando da Capital), não tem ligação com as mortes. Os seis devem ser expulsos do Paraguai e entregues à polícia brasileira.

O comissário Hugo Díaz informou hoje, que a polícia já tinha pedido a prisão de Derlis Sanchez, mas não houve tempo. Ele foi sequestrado e executado, possivelmente, pelo mesmo grupo que ordenou a morte de Bebeto.

As mesmas fontes revelam que os outros dois atiradores devem ter o mesmo fim nos próximos dias, pois cometeram o erro de matar as mulheres, entre elas, a filha de político influente na fronteira.

Derlis Sanchez seria um dos matadores a serviço de Marcio Sánchez Giménez, o “Aguacate” (abacate, em castelhano). Marcio era segurança do chefe do narcotráfico Jorge Rafaat Toumani, executado em Pedro Juan Caballero em 15 de junho de 2016. Após a morte de Rafaat, passou a trabalhar por conta própria.

Apesar de o prefeito José Carlos Acevedo (tio de uma das vítimas da chacina) tentar inocentá-lo, o narcotraficante Faustino Román Aguayo Cabañas, 44, continua como principal suspeito de ser mandante da chacina.

Ele teria contratado o escritório de Aguacate para eliminar Bebeto, por ciúmes da amante, Mirna Keldryn Romero Lesme, 22, encontrada em sua cela VIP na madrugada de quinta-feira (14). Bebeto teria se envolvido com Mirna, a “mulher do chefe”, o que lhe custou a vida.

Nos siga no Google Notícias