Sem manutenção, asfalto desaparece e rua vira lamaçal em bairro da periferia
O serviço de tapa-buraco ainda está longe de chegar aos bairros de Dourados, a 233 km de Campo Grande. A manutenção, retomada em março após a prefeitura contratar uma empresa por R$ 773 mil sem licitação, alegando urgência devido à situação precária das ruas, já foi feita em algumas avenidas e ruas centrais.
Na periferia da segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, no entanto, os moradores sofrem com a buraqueira e a lama em dias de chuva.
É o que acontece na Rua José Josino Salgueiro, que liga o Parque das Nações II ao Jardim Canaã 4, na região leste da cidade. Os bairros estão entre os mais distantes da área central e a população reclama do abandono.
Após a chuva de quase 30 milímetros na madrugada de hoje (6), a rua ficou tomada de lama. Em alguns trechos, são tantos buracos que o asfalto despareceu, segundo os moradores, que fazem malabarismo para passar pelo local, tanto de carro quanto de bicicleta.
O secretário municipal de Planejamento, Tahan Sales Mustafa, responsável pelo tapa-buraco, foi procurado para falar quando o serviço de tapa-buraco chegará à região do Parque II, mas não se manifestou.
Sem licitação – A operação tapa-buraco começou no dia 9 de março, feita pela empreiteira Enerpav, contratada por dispensa de licitação. A empresa vai receber R$ 773,4 mil para fazer o serviço durante três meses.
A Enerpav está envolvida em denúncias de irregularidades em obras públicas. Em 2014 foi citada no esquema envolvendo servidores da prefeitura da Capital acusados de desvio de recursos através de contratos assinados entre 2009 e 2012.
Também aparece na lista das empreiteiras que eram subcontratadas pela Proteco Construções Ltda. para fazer obras estaduais com suspeita de superfaturamento. O caso é investigado pela Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal.
No dia 23 de março, a prefeitura abriu licitação para contratar empresa para a recuperação das ruas do perímetro urbano. Tahan Sales Mustafa disse que o dinheiro liberado com dispensa de licitação seria insuficiente para recuperar todos os trechos críticos.
“Essa é uma ação emergencial. Os recursos são reduzidos. Estamos sanando questões pontuais, criadas por conta da falta de manutenção e do fim do prazo de vida útil do asfalto em grande parte da malha viária”, afirmou, na época.