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Interior

Sem receber, empresa fecha UTI do maior hospital do interior na segunda

Intensicare afirma que prefeitura deve R$ 10 milhões e vai recusar pacientes na UTI do Hospital da Vida até receber atrasados

Helio de Freitas, de Dourados | 07/06/2019 18:44
Leitos de UTI da empresa Intensicare instalados no Hospital da Vida, em 2016 (Foto: Divulgação)
Leitos de UTI da empresa Intensicare instalados no Hospital da Vida, em 2016 (Foto: Divulgação)

O maior hospital público de urgência e emergência do interior e responsável em atender pacientes de pelo menos 30 municípios corre o risco de ficar sem UTI (Unidade de Terapia Intensiva) a partir de segunda-feira (10). Essa é a situação do Hospital da Vida, localizado em Dourados, a 233 km de Campo Grande.

A empresa terceirizada Intensicare, dona dos 20 leitos de UTI do H Vida, afirma que o motivo é a falta de pagamento por parte da Funsaud, fundação ligada à prefeitura responsável pela administração do hospital e da UPA (Unidade de Pronto Atendimento).

Com os atrasos, inclusive dos parcelamentos, a dívida chega a R$ 10 milhões, segundo afirma a Intensicare em documento ao qual o Campo Grande News teve acesso no fim da tarde de hoje (7).

Com sede em Goiânia (GO), o Grupo de Terapia Intensiva das Américas foi contratado pela Secretaria de Saúde de Dourados em 2016 por R$ 12 milhões por ano para instalar e manter em funcionamento os leitos de UTI, fornecendo os profissionais e até os medicamentos.

Entretanto, segundo o documento assinado hoje pelo diretor regional de operações da Intensicare Renato A. S. Silva, os pagamentos estão atrasados e a dívida inviabiliza a continuidade da prestação de serviços.

Segundo Renato Silva, o serviço “tornou-se insustentável em razão do patamar da inadimplência alcançada, que atualmente supera o valor de R$ 10,4 milhões”. Desse total, segundo o diretor, R$ 5 milhões são do acordo de parcelamento feito no ano passado, mas não cumprido.

“Mesmo realizando o acordo de modo a flexibilizar a quitação dos débitos por parte da Funsaud, essa não está efetuando os pagamentos mensais das faturas pelos serviços prestados ou mesmo pagando o parcelamento em dia”, afirma o documento.

Mesmo sendo notificada sobre os atrasos, segundo a empresa, a Funsaud não manifestou “nenhuma forma para resolver a questão”. A dívida ameaça até o fornecimento de medicamentos imprescindíveis para atender pacientes em terapia intensiva.

“A Intensicare informa que a partir das 8h do dia 10 de junho de 2019, próxima segunda-feira, estarão suspensas novas admissões de pacientes. A suspensão permanecerá enquanto não houver regularização da atual situação”, diz o diretor Renato Silva.

Sob suspeita – Investigada em vários estados onde atua por suspeita de irregularidades em licitações e nos pagamentos feitos por administrações públicas, a Intensicare foi citada em auditoria da CGU (Controladoria Geral da União) por indícios de conluio ou fraude processual no pregão presencial feito em Dourados em 2016, além de sobrepreço de quase R$ 1,5 milhão.

a Funsaud ainda não se manifestou sobre a ameaça da Intensicare.

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