Sem voo na madrugada, aeroporto espera verba federal para ampliação
Ministério da Aviação Civil informou falta apenas a licença ambiental para iniciar a licitação da reforma do aeroporto de Dourados
Pelo segundo ano consecutivo sem os voos da madrugada durante o inverno, o município de Dourados, a 233 km de Campo Grande, aguarda o início das obras de ampliação do Aeroporto Municipal Francisco de Matos Pereira que serão feitas através do programa de investimento em logística, do governo federal. Pelo menos R$ 36 milhões serão investidos e nesta semana o Ministério da Aviação Civil informou que falta apenas a licença ambiental para a abertura de licitação.
De maio a agosto, a segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul ficará sem ligação aérea durante a madrugada por causa do intenso nevoeiro comum no inverno. Como a operação por instrumentos é limitada, o problema só terá uma solução definitiva quando o aeroporto for ampliado e passar a operar em outra categoria homologada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
As duas companhias áreas que operam em Dourados – Azul e Passaredo – vão suspender os voos da madrugada. A partir de segunda-feira, dia 23, o voo da Passaredo, que sai de Guarulhos (SP) às 22h05 e chega em Dourados à 0h20 e depois decola de Dourados às 3h e chega na cidade paulista às 7h30 deixará de operar. O Campo Grande News apurou que no mesmo dia a empresa começa a operar o voo com chegada às 11h35 no aeroporto douradense e decolagem às 11h55 para Guarulhos, de segunda a sábado, com escala em Cascavel (PR).
Já a Azul, que durante a semana tem cinco voos para Campinas – dois deles diariamente de segunda a sexta – informou que deixará de operar de 10 de maio a 29 de agosto o voo que decola às 4h da madrugada. Com isso, a companhia ficará apenas com o voo das 14h03 de segunda a sexta e com o voo das 18h35 na segunda, terça, quinta e sexta. Os dois voos de domingo, com saída de Dourados às 9h45 e 14h45 estão mantidos. A suspensão do voo da Azul é temporária, mas na Passaredo é definitiva.
Técnicos informaram ao Campo Grande News que atualmente o aeroporto de Dourados só pode operar por instrumento nos voos de aeronaves inferiores ao tamanho do ATR 72, que é usado por Azul e Passaredo. Esse porte de aeronave só pode operar em condições visuais, já que o aeroporto ainda não está homologado pela Anac como “categoria 2”.
Esses técnicos informaram, no entanto, que o nevoeiro é tão intenso durante o inverno na cidade que os voos poderiam ser cancelados mesmo com operação por instrumentos. “Aeroportos maiores, com instrumentos melhores, também costumam fechar nessa época do ano”, afirmou um técnico.
Falta o Rima – De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura, na semana passada o ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha apresentou à Câmara dos Deputados o andamento do Programa de Investimento em Logística e informou que 55 dos 270 aeroportos regionais selecionados já estão com projetos aprovados. Um deles é o de Dourados.
O ministro disse aos deputados que as licitações das obras desses aeródromos serão lançadas em breve, já que faltam apenas as licenças ambientais. Em Dourados, o Eia/Rima (Estudo de impacto ambiental/Relatório de impacto ambiental) é feito por uma empresa contratada pelo governo federal. O relatório está em fase de conclusão, segundo a prefeitura.
Investimento – O programa do governo federal prevê investimento de R$ 36,8 milhões do Fnac (Fundo Nacional da Aviação Civil) no aeroporto de Dourados. Conforme o projeto aprovado, a pista passará dos 1.950 x 30 metros para 2.125 x 45 metros. O estacionamento de aeronaves passará dos atuais 9 mil metros quadrados para 16.880 m², com 6 posições para embarque e desembarque simultâneos.
Já o terminal de passageiros, que enfrenta superlotação nos horários de maior movimento, passará de 971 m² para 1.210 m². Serão construídos ainda um novo acesso à pista, áreas de segurança nas cabeceiras – que não existe – e um novo SCI (Serviço de Combate a Incêndio). O Campo Grande News apurou que o atual serviço de combate a incêndio fica muito próximo da pista, o que impede a homologação do aeroporto para operação de aviões de maior porte.
De acordo com a prefeitura, após a ampliação o aeroporto passará a operar 100% por instrumentos e poderá receber aeronaves de até 162 passageiros.