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Interior

Sobe para 8 número de mortos no "QG" do PCC

Facção criminosa migrou para o lado brasileiro depois que "cerco fechou" no Paraguai

Clayton Neves e Viviane Oliveira | 12/01/2021 07:58
Após confronto, movimentação em frente ao "QG" do PCC em Ponta Porã: moradores observam de longe. (Foto: Direto das Ruas)
Após confronto, movimentação em frente ao "QG" do PCC em Ponta Porã: moradores observam de longe. (Foto: Direto das Ruas)

Com cerco fechado do lado paraguaio da fronteira,  o PCC (Primeiro Comando da Capital), a facção criminosa brasileira que tenta estabelecer domínio das rotas de tráfico do Paraguai para o Brasil, decidiu migrar “QG” para Ponta Porã - cidade vizinha a Pedro Juan Caballero. E foi a nova base da da organização o cenário da troca de tiros que terminou com oito integrantes do grupo mortos na noite desta segunda-feira (11).

Segundo apurou o Campo Grande News, a ida para o território brasileiro teria sido medida para sair do foco de constante policiamento paraguaio, intensificado diante da "guerra" entre o crime organizado no país vizinho.

No entanto, a área que até então parecia menos perigosa para a organização criminosa,  ficou na mira da polícia desde a tentativa fracassada de resgate de Giovanni Barbosa da Silva, 29 anos, o “Bonitão”, líder atual do PCC na fronteira. Desde o episódio, forças de seguranças de Mato Grosso do Sul ficaram em alerta nas cidades fronteiriças, conforme explica o major Samuel Castilho, do DOF (Departamento de Operações de Fronteira).

Conforme a apuração da reportagem, com agentes do Garras, da Polícia Civil em Ponta Porã, DOF e Bope (Batalhão da Operações Policiais Especiais) dando reforço na segurança da cidade, os policiais civis tiveram acesso à informação sobre a casa onde o bando do PCC havia implantado sede. Com o endereço em mãos, equipe do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros) e policiais da cidade foram até a residência e recebidos a tiros.

Seis criminosos foram mortos no confronto e outros dois conseguiram fugir. A suspeita é de que um dos fugitivos estava ferido porque rastro de sangue foi encontrado por policiais em casas vizinhas.

Após o episódio, agentes do DOF e do Bope isolaram a região e deram início à caçada à dupla. Os dois  foram localizados momentos depois e também acabaram baleados em novo confronto com os militares. Um deles morreu no local e o outro chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu nem hospital. Ao todo, a noite terminou com um total de oito suspeitos mortos.

Na casa, a polícia encontrou diversos documentos paraguaios, mas a suspeita é de que as identidades sejam falsas. Por isso, as investigações caminham para tentar identificar o grupo.

Agentes do Garras apreenderam dois fuzis, quatro pistolas, uma Land Rover e caminhonete S10. Já policiais do DOF e do Bope encontraram outras duas armas.

Segundo o site ABC Color, os bandidos mortos  tinham intenção de retornar a Pedro Juan Caballero para se vingar dos policiais paraguaios que impediram a tentativa de resgate de "Bonitão".

Conforme o major Samuel, existe ainda a suspeita de que os oito têm relação com as diversas mortes registradas nas últimas semanas na região.

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