Sucessor de Minotauro paga R$ 80 mil de fiança e já está nas ruas
Beneficiado por habeas corpus do TJ, paraguaio Ederson Salinas Benítez depositou dinheiro com identidade brasileira
Apontado como sucessor do narcotraficante brasileiro Sérgio de Arruda Quintiliano Netto, o Minotauro, o paraguaio Ederson Salinas Benítez, o “Salinas Ryguasu”, já está solto. Beneficiado por habeas corpus concedido ontem (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), ele deixou a PED (Penitenciária Estadual de Dourados) na manhã desta quarta-feira, logo após serem depositados, em nome da 2ª Vara Criminal de Ponta Porã, os R$ 80 mil de fiança arbitrada pela 2ª Câmara Criminal do Tribunal, responsável pela decisão.
A fiança foi dividida em dez parcelas de R$ 8 mil, que foram pagas todas de uma vez. Fato curioso é que o boleto tem como depositante Edson Barbosa Salinas, identidade brasileira apresentada por Ryguasu no dia em que ele foi preso com arma de grosso calibre durante briga de trânsito em Ponta Porã, no dia 19 de janeiro deste ano. Cópia do comprovante foi anexada ao processo e o alvará de soltura emitido pelo juiz Marcelo Guimarães Marques, de Ponta Porã.
Chefe do crime - Apontado como aspirante de chefão do narcotráfico na fronteira, Salinas Ryguasu ganhou status de celebridade do crime e foi transferido para o presídio de Dourados de helicóptero, sob forte esquema de segurança.
Vinte dias após a prisão, a defesa dele alegou em novo pedido de liberdade que Salinas tinha dupla identidade para se proteger de eventual perseguição em território paraguaio, sem, no entanto, apontar os motivos. A certidão de nascimento apresentada por ele para obter a identidade brasileira foi emitida pelo cartório de Aral Moreira. O documento é alvo de investigação federal.
Para ficar em liberdade, além de pagar a fiança em dez parcelas, Ederson Salinas terá de comparecer mensalmente em juízo para comprovar o endereço, não pode se ausentar da comarca sem prévia comunicação e terá de permanecer em casa no período noturno. A primeira audiência do processo por crimes do sistema nacional de armas foi agendada para 28 de abril.
Em fevereiro deste ano, Ederson Salinas teve o nome relacionado à execução do jornalista Lourenço Veras, o Leo, ocorrida em Pedro Juan Caballero. Segundo a polícia paraguaia, da cadeia, Salinas teria ordenado o assassinato por suspeitar que o jornalista tivesse alertado policiais brasileiros sobre sua identidade falsa. Amanhã faz um mês do crime e até agora a morte não foi esclarecida ela polícia paraguaia.