Suplente faz juramento e assume vaga de vereadora presa por corrupção
Jornalista Lia Nogueira assinou termo de posse na semana passada, mas juramento ficou para a sessão de hoje
Empossada no dia 7 deste mês, a jornalista Lia Nogueira (PR) participa nesta segunda-feira (12) da primeira sessão como vereadora na Câmara de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande.
Na sessão, marcada para 18h, Lia faz juramento e deve permanecer no cargo por pelo menos 120 dias. Ela substitui a vereadora Denize Portolann de Moura Martins (PR), presa há 12 dias na Operação Pregão, do Ministério Público de Mato Grosso do Sul.
Acusada de fazer parte de uma organização criminosa que fraudava licitações na prefeitura no período em que foi secretária de Educação, de março de 2017 a janeiro deste ano, Denize pediu licença uma semana após ser presa. Ela está recolhida no presídio feminino de Rio Brilhante.
Na eleição de 2016, Lia Nogueira obteve 1.254 votos e ficou como segunda suplente da coligação formada por PR e PSC. Diretora da Escola Municipal Aurora Pedroso de Camargo, no Parque Alvorada, Denize teve 1.331 votos e ficou como primeira suplente.
O eleito foi o ex-prefeito Braz Melo (PSC), com 2.107 votos. Entretanto, em setembro deste ano, ele deixou a Câmara após a Justiça Eleitoral decretar a perda de mandato por uma condenação de Braz dos anos 90, quando foi prefeito de Dourados.
Entrar no eixo – Em nota enviada pela assessoria de imprensa da Câmara, Lia Nogueira disse que o momento é de fazer a cidade “entrar no eixo”.
“quero estar com o povo, porque fiz campanha voltada para eles. É um momento de unirmos forças. Dourados precisa avançar cada vez mais", disse a nova vereadora.
Presos – Além de Denize Portolann, estão presos o ex-secretário municipal de Fazenda João Fava Neto, o ex-diretor do Departamento de Licitação da prefeitura Anilton Garcia de Souza e o empresário Messias José da Silva, dono da Douraser, prestadora de serviços que tem contrato com o município.
Com exceção de Denize que está em Rio Brilhante, os demais presos estão na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).
De acordo com o MP, uma organização criminosa foi montada na Prefeitura de Dourados para fraudar licitações e fazer dispensa ilegal de processos licitatórios, com o objetivo de beneficiar as empresas do esquema.
Na denúncia de 144 páginas, o Ministério Público Estadual aponta o então secretário de Fazenda João Fava Neto como chefe da quadrilha, tendo como braço direito Anilton Garcia de Souza.