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Interior

Suspeito de planejar morte de Rafaat era o alvo de atentado em boate

Brasileiro que usa três identidades, Galã comanda célula do PCC na fronteira e teria apoio de autoridades e policiais paraguaios

Helio de Freitas, de Dourados | 25/07/2017 10:36
Boate atacada a tiros de pistola e fuzil na madrugada de ontem; quatro morreram e 11 ficaram feridos (Foto: ABC Color)
Boate atacada a tiros de pistola e fuzil na madrugada de ontem; quatro morreram e 11 ficaram feridos (Foto: ABC Color)

Um brasileiro conhecido na fronteira como “Galã” e apontado como o responsável pela organização do assassinato de Jorge Rafaat Toumani seria o alvo do atentado à boate After Office, na madrugada de ontem (24), em Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.

Para policiais e promotores paraguaios envolvidos nas investigações do atentado que deixou quatro mortos e 11 feridos, os pistoleiros acreditavam que Galã estivesse na boate, mas até agora essa suspeita não foi confirmada.

Os dois homens mortos, Felipe Alves, o “Filhote”, e Ivanilton Moretti, 36, seriam seguranças pessoais de Galã, que usa duas identidades brasileiras com nomes Elton Leonel Rumich da Silva e Oliver Giovanni da Silva e uma paraguaia, com nome de Ronaldo Rodrigo Benites.

Moretti, conhecido como “Grandão”, era de Presidente Prudente (SP), já tinha sido condenado por tráfico internacional e respondia em liberdade a outro processo, pelo mesmo crime.

Além deles, morreram Sabrina Martins dos Santos, 25, e Gabriele Oliveira Antonello, 18, as duas moradoras de Ponta Porã e que seriam namoradas de Ivanilton e Felipe.

Ivanilton Moretti e Felipe Alves, mortos na boate (Foto: ABC Color)
Ivanilton Moretti e Felipe Alves, mortos na boate (Foto: ABC Color)

Rafaat – De acordo com policiais paraguaios, Galã é o chefe da célula do PCC em Pedro Juan Caballero, para onde foi enviado com a missão de expandir as ações da facção criminosa brasileira em território paraguaio, principalmente no controle do tráfico de drogas e armas na fronteira Brasil-Paraguai.

Só que os planos do PCC esbarravam em Jorge Rafaat, até então o “chefão” da fronteira, que não permitia a presença das facções criminosas. Em Pedro Juan Caballero, policiais e jornalistas afirmam que Rafaat mandou executar vários membros do PCC e do Comando Vermelho.

No dia 15 de junho do ano passado, o PCC tirou Rafaat do caminho. Em um ataque cinematográfico, que teria sido arquitetado por Galã, Rafaat foi morto a tiros de metralhadora calibre 50, que perfuraram a blindagem do seu utilitário Hummer preto.

O atirador, o também brasileiro Sérgio Lima dos Santos, foi ferido na boca por um dos seguranças de Rafaat e está preso em Assunção, capital do Paraguai.

Após a morte de Jorge Rafaat, Galã teria se refugiado na Bolívia, mas depois que a situação se acalmou ele voltou a Pedro Juan, onde lidera o PCC na guerra contra outras facções criminosa e grupos locais pelo controle do crime organizado.

Galã é aliado de Jarvis Gimenez Pavão, outro brasileiro apontado como barão da cocaína no Paraguai. Condenado por lavagem de dinheiro naquele país, o sul-mato-grossense está preso em Assunção. A pena dele termina em dezembro deste ano e a Justiça paraguaia já autorizou sua extradição ao Brasil após cumprir a sentença.

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