Troca de rota por via terrestre forma fila de 600 caminhoneiros na fronteira
Posto de aduana em Mundo Novo tem apenas um fiscal para fazer a liberação das mercadorias importadas do Paraguai
O aumento no fluxo de veículos na aduana de Mundo Novo, 476 km de Campo Grande, atrasa em duas semanas a logística de cerca de 600 caminhões que importam soja do Paraguai para o Brasil. Os veículos estão parados há quase 15 dias no local. O vídeo abaixo mostra a fila de cmainhoes pelo local.
O motivo seria a troca de rota por conta do não funcionamento da balsa no Rio Paraná pelo nível das águas estar baixo e por isso a rota foi mudada para a aduana em Mundo Novo. O serviço para verificação e lacração de mercadoria normalmente dura um dia, mas com o aumento do fluxo o processo está demorando duas semanas e com isso atrasando produtos que seriam levados para Gauíra no Paraná por exemplo.
Há apenas um fiscal em Novo Mundo fazendo a liberação das cargas. Ao portal Noticias Agricolas, o prestador de serviço da empresa Agiliza Transportes de Guaíra, Renato Sanches Marcato, disse que há 600 caminhões parados na fila e na sexta-feira da semana passada nenhum caminhão foi liberado devido a um feriado em Mundo Novo.
"Para podermos dar continuidade aos embarques via trânsito teriam que ser liberados, no mínimo, 100 caminhões por dia. Como está hoje vai demorar 30 dias para quem já está lá carregado, imagina para quem carregar. Ou seja, o motorista vai procurar outra fronteira para sair", diz Renato, completando que a média diária tem sido em torno de 20 a 30 veículos por dia. A situação complica ainda mais por conta de o produto ficar exposto ao tempo, sol e chuva parado há 15 dias. “Contratos podem não ser cumpridos”, conclui.
Auxiliar administrativo da mesma empresa que Renato, Leandro Galvan reclama que há apenas um fiscal para fazer os serviços. “O rio está muito baixo e foi determinado que todo o trânsito fosse feito por via terrestre, mas a demanda está muito maior este ano, é um momento diferente de outros anos", reclama.
Ainda conforme apurado pelo portal, se não houver mais fiscais para ajudar no processo o problema poderá se estender por meses. Além disso, o atraso previsto para a chegada da nova safra de soja do Brasil em função do atraso no plantio também pode agravar a situação.
O atraso na chegada, principalmente de soja e milho, já tem afetado os suinocultores e avicultores que têm encontrado na importação destes insumos alternativas frente à falta de oferta e preços muito elevados no Brasil. Além disso, ambos 'disputam' espaço com outras cargas e também com o fluxo de exportação que entra por Mundo Novo, o qual também é intenso neste momento.
Economista e analista de mercado, Camilo Motter, explica que o aumento dos custos logísticos e a demora na internação do produto importado afeta também no preço do produto “Os preços estão nas alturas e é extremamente urgente que as matérias primas cheguem a tempo nos locais de consumo em nosso território a fim de manter o abastecimento adequado e compatível com a atividade".