Uma semana após corpos encontrados em vala, “paz” reina na fronteira
Guerra entre quadrilhas, temida por moradores de Pedro Juan e Ponta Porã, não aconteceu
A temida guerra entre a facção brasileira PCC (Primeiro Comando da Capital) e a quadrilha liderada por Fahd Jamil, o “Fuad”, ex-rei da fronteira, ainda não aconteceu e nem deve acontecer, segundo opinião de fontes policiais da Linha Internacional.
Nesta quinta-feira (3) faz uma semana que quatro corpos, dois deles de sobrinhos de Fahd Jamil, foram encontrados em uma cova rasa na zona rural de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha de Ponta Porã (MS), a 323 km de Campo Grande.
Após os corpos serem encontrados, circularam boatos em redes sociais e rodas de conversa de que o fim de semana seria sangrento diante de novos ataques da facção paulista, que tenta controlar sozinha o crime organizado na fronteira, ou da reação do bando atualmente comandado por Flavinho Correia Jamil Georges, um dos filhos de “Fuad”.
Entre quinta-feira da semana passada e sábado, três supostos membros do PCC com relativa importância foram presos em Pedro Juan Caballero. A polícia paraguaia os apontou como suspeitos da chacina, mas até agora não divulgou provas.
Segundo as fontes da fronteira, mantidas em sigilo por motivo de segurança, além dessas prisões, também pesou para o controle da situação o reforço policial tanto em Ponta Porã quanto em Pedro Juan Caballero. Do lado brasileiro, equipes do Bope, do Choque e do Garras chegaram ainda no dia 26.
Do lado paraguaio, grupos de elite da Polícia Nacional chegaram segunda-feira para ajudar nas investigações sobre a chacina e reforçar o policiamento. Depois dessas incursões, relativa paz voltou nas duas cidades onde as execuções costumam ocorrer à luz do dia e raramente são esclarecidas pela polícia.
Chacina – Em reportagem publicada no dia 30 de novembro, o Campo Grande News mostrou que, segundo a inteligência policial, Riad Salem Oliveira, Felipe Bueno, os dois com 19 anos, Muryel Moura Correia, 37, e o paraguaio Cristhian Gustavo Torales Alarcón, 31, foram mortos a mando de lideranças do PCC em São Paulo após o chamado “tribunal do crime”.
Riad Salem Oliveira, neto da irmã de uma das esposas de Fahd Jamil, o seja, sobrinho-neto do ex-rei da fronteira e primo de Flavinho, teria sido o pivô após atirar em um bandido ligado ao PCC e empurrar outro por causa de uma mulher, durante festa de aniversário em Pedro Juan Caballero.