Vereador preso pede afastamento e suplente faz plantão para tomar posse
Mauricio Lemes é 1º suplente da coligação e pelo Regimento Interno deve ser convocado para a vaga de Idenor Machado
O suplente de vereador Mauricio Lemes Soares faz plantão na Câmara de Dourados, cidade a 233 km de Campo Grande, esperando ser empossado na vaga do vereador Idenor Machado (PSDB).
Preso ontem (5) acusado de corrupção, o vereador tucano pediu afastamento de 32 dias nesta quinta-feira. Por volta de meio-dia, Mauricio protocolou documento requerendo a imediata convocação para tomar posse na vaga de Idenor.
Como a presidente da Casa Daniela Hall (PSD) não estava mais na sede do Legislativo, Mauricio ficou um tempo na sala de espera do gabinete da presidência. Por volta de 13h, quando o expediente foi encerrado, Mauricio deixou a sala, mas permanece nas dependências da Câmara.
No documento ao qual o Campo Grande News teve acesso, Mauricio Lemes Soares cita o artigo 211 do Regimento Interno da Câmara, que determina a convocação do primeiro suplente em caso de afastamento do titular por mais de 30 dias.
A assessoria de imprensa da Câmara informou que o pedido de afastamento de Idenor foi protocolado no fim do expediente e só nesta sexta-feira (7) será analisado pelo setor jurídico. Após o afastamento for confirmado, a presidente deve fazer a convocação do suplente.
Presos – Idenor Machado e outros dois vereadores – Pedro Pepa (DEM) e Pastor Cirilo Ramão (MDB) – foram presos ontem na Operação Cifra Negra, desencadeada pelo Ministério Público de Mato Grosso do Sul para investigar pagamento de propina por empresas contratadas pelo Legislativo através de licitações fraudulentas.
Também estão presos o ex-vereador Dirceu Longhi (PT), que foi primeiro-secretário da Câmara quando Idenor era presidente, e o ex-servidor do Legislativo Amilton Salina. Todos foram levados na manhã de hoje para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), como mostra o vídeo abaixo.
A prisão preventiva do grupo foi decretada pelo juiz da 1ª Vara Criminal Luiz Alberto de Moura Filho. A operação investiga fraude em licitação e pagamento de propinas a servidores públicos e membros da mesa diretora da Câmara. Cinco pessoas também foram presas em Campo Grande, mas ainda não há informação sobre a identidade delas.
A investigação aponta que as mesmas empresas se apresentavam em concorrências e agiam em conjunto. Algumas delas só existiam no papel. O objetivo era simular uma disputa de propostas.