Vítima abriu mão de medida protetiva para morar com assassino
Jucileide foi morta a golpes de martelo e faca; com longa ficha criminal, suspeito é procurado pela polícia de Fátima do Sul
Jucileide Barbosa de Oliveira, 41, vítima de femincídio na madrugada de hoje (20) no distrito de Culturama, município de Fátima do Sul, tinha medida protetiva, determinada pela Justiça em outubro do ano passado, para se proteger do namorado, Ivonil Gomes de Freitas, principal suspeito do feminicídio que chocou o pequeno povoado.
Entretanto, assim como já aconteceu com dezenas de outras mulheres, ela abriu mão da proteção e voltou a conviver com o homem que agora está sendo procurado como principal suspeito de tê-la matado a golpes de faca e marteladas.
Com vários ferimentos no crânio e um corte profundo no pescoço que quase separou a cabeça do corpo, Jucileide foi encontrada morta ao lado da cama pelo filho dela, uma criança de cinco anos de idade.
“Infelizmente isso é comum. Muitas mulheres ignoram a medida protetiva, voltam a conviver com os agressores e sequer comunicam a polícia. Por lei, ela deveria chamar a Polícia Militar quando o agressor se aproximasse e ele seria preso em flagrante”, afirmou ao Campo Grande News o delegado Humberto Perez Lima, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher de Fátima do Sul.
Segundo o delegado, policiais da região fazem buscas para tentar localizar o suspeito. “Ele foi o único adulto visto saindo da casa e está desaparecido, por isso é tratado como principal suspeito”. Policiais que atuam no caso esperam que a divulgação da foto de Ivonil ajude a levar a alguma pista de seu paradeiro. O homem não tem emprego fixo. Como trabalhador braçal, vive de fazenda em fazenda fazendo serviços temporários.
Natural de Corumbá, Ivonil, 41 anos, conhecido como “Paraguaio”, tem extensa ficha criminal. No sistema de buscas do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aparecem 12 processos, por crimes que vão de furto a falsa identidade.
Filho encontrou – O delegado Humberto Perez Lima contou que o filho pequeno de Jucileide também dormia na casa, mas não presenciou o crime e só acordou de manhã, quando o namorado da mãe deixava o local.
Perguntado pela criança sobre a mãe, Ivonil disse que ela estava dormindo e saiu de bicicleta, levando uma mochila nas costas. Quando entrou no quarto, a criança encontrou a mãe caída ao lado da cama, com o corpo coberto de sangue.
O menino saiu para a rua sozinho para pedir socorro. Na capela do distrito, onde ocorria um velório, ele contou a história para os moradores. A Polícia Militar foi acionada e logo em seguida a Polícia Civil e os bombeiros chegaram à casa. Jucileide já estava morta. A faca e o martelo sujos de sangue foram encontrados na casa.