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Cidades

Júri do Caso Veron tem amanhã dia decisivo em São Paulo

Marta Ferreira | 24/02/2011 18:09

Terminou por volta das 17h, em São Paulo, o interrogatório dos acusados da morte do líder guarani-caiuá Marcos Veron, no quarto dia do julgamento, que ocorre 8 anos após a morte do índio Amanhã é o dia decisivo, quando haverão os debates entre a acusação e a defesa e conselho de sentença vai decidir se vão ser condenados os réus, três seguranças da fazenda Brasília do Sul, em Juti, onde Veron foi morto.

O júri será retomado às 8h, com previsão de término ainda nesta sexta-feira.

O julgamento, considerado histórico, está sendo realizado em São Paulo a pedido do MPF (Ministério Público Federal), que solicitou a transferência de Dourados para a capital paulista dada a polêmica provocada pelo tema na região. Fotos de Veron podem ser vistas na sala onde ocorre o julgamento, acompanhado por entidades que defenem a causa indígena.

O Sul do Estado, onde as mortes ocorreram, concentra as maiores disputas de terras entre fazendeiros e indígenas de Mato Grosso do Sul e foi em uma delas que Veron foi morto.

O júri começou no dia 21. Desde então, foram ouvidos o depoimento de sete índios vítimas do ataque que resultou na morte de Veron, entre eles 4 filhos do cacique.

Foram ouvidas ainda cinco testemunhas de acusação, três delas indígenas, duas testemunhas de defesa e uma testemunha determinada pela juíza.

Hoje, os réus Estevão Romero, Carlos Roberto dos Santos e Jorge Cristaldo Insabralde, prestaram depoimento. Eles são acusados de homicídio duplamente qualificado por motivo torpe e meio cruel, tortura, seis tentativas qualificadas de homicídio, seis crimes de sequestro, fraude processual e formação de quadrilha.

A acusação querr pena máxima, o que pode resultar em mais de 30 anos de prisão. O julgamento é presidido pela juíza federal Paula Mantovani Avelino, da 1ª Vara Federal Criminal.

Os crimes- Conforme a denúncia, os índios foram atacados na madrugada do dia 13 de janeiro de 2003, sequestrados, amarrados na carroceria de uma caminhonete e levados para local distante da fazenda, onde passaram por sessão de tortura.

Um dos filhos de Veron quase foi queimado vivo. A filha, grávida de sete meses, foi espancada, segundo a denúncia. Marcos Verón foi agredido com socos, pontapés e coronhadas de espingarda na cabeça. Ele morreu por traumatismo craniano.

A tese dos acusados apresentada durante o júri é de houve um confronto entre os próprios indígenas e que eles teriam matado Veron, que não seria indígena e sim paraguaio.

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