Laudo sobre morte de índio terena tem 71 páginas e está com a Polícia Federal
O laudo que deve apontar se o índio terena, Oziel Gabriel, 35 anos, foi morto por policiais federais, já está nas mãos do delegado Mario Paulo Machado Nomoto. O documento, que tem 71 páginas, foi entregue ao delegado responsável pelas investigações na última segunda-feira (29) e já foi anexado ao inquérito.
De acordo com a assessoria da PF, a partir de hoje, o delegado Nomoto tem 60 dias para concluir as investigações. Prazo que poderá ser prorrogado. O resultado ainda não foi divulgado.
O indígena Oziel Gabriel foi morto no dia 30 de maio deste ano, durante um conflito na reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia, a 71 quilômetros da Capital.
O atestado de óbito comprovou que o índio foi morto por um tiro no abdômen, supostamente disparado por policiais federais. Policiais militares também participaram da desocupação.
No dia da reintegração de posse, o corpo de Oziel foi levado do hospital para a funerária, onde foi feita a declaração de óbito. A vítima deveria ter sido encaminhada, ao IML (Instituto Médico Legal), onde o médico legista faria o atestado. Porém, conforme informações apuradas pelo Campo Grande News, a plantonista do IML de Sidrolândia estava fora da cidade.
Os índios passaram a acusar a Polícia de ter efetuado o disparo. O velório de Oziel foi interrompido e um perito de Brasília veio ao Estado a pedido da presidente Dilma Roussef, realizar a perícia no corpo do índio.
No mês de junho, durante visita do Ministro da Justiça, o superintendente da Polícia Federal de Mato Grosso do Sul, delegado Edgar Marcon, confirmou o uso de armas letais durante atuação de reintegração de posse, na fazenda Buriti.
“Eles estavam usando, mas isso não quer dizer que eles tenham utilizado”, explicou Marcon.