Mandetta estranha não concluírem Gisa e diz que sistema está 87% pronto
Sistema começou a ser implantado quando o deputado era secretário de Saúde
O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM) estranhou a Prefeitura de Campo Grande não concluir o Gisa (Gerenciamento de Informações Integradas da Saúde) que, segundo ele, está 87% pronto. O democrata foi o secretário de Saúde que participou da concepção do sistema. “Estranho não concluir que está quase pronto”, afirmou.
Segundo o ex-secretário, era feita uma auditoria a cada 10% ou 15% de evolução do Gisa. “A última auditoria foi em maio do ano passado e está estava 87% pronto”, pontuou. Além de não ser concluído, o sistema pode gerar um prejuízo de R$ 8,2 milhões, pagos em convênio para implantação do sistema, ao Ministério da Saúde.
Na avaliação do ex-secretário, o projeto foi politizado quando era totalmente técnico. “Politizaram isso ai e deixaram de tratar assunto técnico quando é técnico. Uma das coisas mais difíceis que consegui fazer em quase 4,2 anos não faltou medicamento. O controle era feito a mão, voltou àquela situação, não tem controle almoxarifado. Com o sistema, marcar consulta seria por telefone, prontuário seria criptografado”, explicou Mandetta.
Devolução - A quebra de contrato e pedido de estorno dos R$ 8,2 milhões, publicados no Diário Oficial da União no dia 9 de janeiro deste ano, baseados no relatório da CGU (Controladoria Geral da União) que encontrou irregularidades na execução de convênio entre a Prefeitura da Capital e o consórcio Contisis, liderado pela empresa Telemídia.
Conforme o contrato, a empresa teria 12 meses para desenvolver sistema que interligasse unidades da Sesau, além de possibilitar agendamento de consultas por telefone. Porém, apenas 13 das 104 unidades tem o sistema funcionando parcialmente.
No relatório da CGU, também foi constatada subcontratação ilegal de empresa portuguesa, em 2010, para concluir os trabalhos, o que resultou em problemas de integração entre os sistemas por terem banco de dados e linguagens diferentes. A medida, no entanto, teve aval da Procuradoria do município, em junho de 2011.
O caso, que foi alvo de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) na Assembleia Legislativa, também é investigado pelo MPF (Ministério Público Federal).