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Cidades

Menina que matou Luana presta novo depoimento e Polícia verifica ligações

Graziela Rezende | 27/09/2013 10:18

Um novo depoimento da adolescente que esfaqueou Luana Vieira Gregório, 15 anos, no dia 11 de setembro, em Campo Grande, além de extratos telefônicos recebidos pela Polícia Civil, foram esclarecedores sobre a dinâmica da briga, de acordo com o delegado Gomides Ferreira, responsável pelas investigações. A intenção era descobrir se, além da mensagem para a amiga, a autora ainda ligou para outras pessoas antes do crime.

“Recebi da advogada da adolescente os extratos telefônicos solicitados, de um curto período, mas que pude saber das ligações dela antes do crime. Além disso, no início da semana, ela prestou um novo depoimento e nos repassou detalhes relevantes, como o local da fuga assim que saiu das proximidades da escola”, afirma o delegado.

Ao todo, o delegado afirma que já fez a oitiva com ao menos 20 testemunhas. “Essas pessoas filmaram, presenciaram a briga e poderiam até ter certa culpa caso provocassem a briga. Mas foi algo determinado pela Luana, que procurou e quis a briga, então elas não têm responsabilidade no homicídio”, diz o delegado, sobre a possibilidade do envolvimento de outras pessoas como co-autores no crime.

Para finalizar o inquérito policial, o delegado diz que aguarda apenas laudos necroscópicos. “Apenas o canivete utilizado no crime não foi apreendido, já que a adolescente disse que perdeu o objeto”, acrescenta o delegado.

Mensagem - Há alguns dias, conforme a delegada Regina Márcia de Brito, titular da Depca (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e a Juventude), além das ligações para convidar Dafni Alves de Lima, 18 anos, a adolescente enviou uma mensagem.

“Ela está me chamando para o boxe e não vou pagar pau. Me chamou para briga e não fico quieta”, dizia a mensagem. O texto, enviado pelo telefone celular da adolescente agressora para Dafni, de acordo com a Polícia, ocorreu momentos antes da saída da escola. Sabendo da “rixa” antiga entre ambas, a amiga levou um canivete no final da manhã.

O caso - Segundo a delegada, vídeos que a Polícia possui mostram o exato momento em que Dafni chega com um canivete e o deixa cair no chão, assim que entra na briga entre Luana e a outra agressora de 16 anos, na saída da Escola Estadual José Ferreira Barbosa, na Vila Bordon, em Campo Grande.

A pessoa quem pega o canivete é um garoto, identificado como sobrinho do namorado da rival de Luana. Neste momento, o canivete ainda está fechado e, enquanto a Dafni agride a estudante, a outra adolescente de 16 anos, por uns segundos se distancia e pega o canivete da mão do garoto, abrindo e direcionando a Luana.

Luana foi levada para a Santa Casa, depois de levar uma facada no abdômen e morreu após duas paradas cardíacas. Ela teria sido morta porque borrifou um perfume dentro da sala de aula. A agressora teria se irritado, porque é alérgica, e decidiu se vingar no final do expediente escolar.

Dafni inclusive possui antecedentes de agressões à ex-madrasta, motivo pelo qual já esteve internada em uma Unei (Unidade Educacional de Internação). Na ocasião, a violência foi tamanha que o cabo da arma quebrou, mas, mesmo assim, ela continuou a espancar a mulher com o que restou, conforme a ocorrência.

Ambas já foram indiciadas e aguardam o julgamento em liberdade.

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