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Cidades

Metade dos policiais presos foi alvo de buscas na 1ª fase de operação do Gaeco

Ação investiga atuação de PMs na Máfia do Cigarro, com propina de até R$ 100 mil

Aline dos Santos | 14/06/2018 12:56
Operação do Gaeco e Corregedoria da PM tem três fases desde 16 de maio. (Foto: Fernando Antunes)
Operação do Gaeco e Corregedoria da PM tem três fases desde 16 de maio. (Foto: Fernando Antunes)

A lista dos oitos policiais militares presos na terceira fase da operação Oiketicus, que investiga a Máfia do Cigarro, tem ao menos quatro que foram alvos de mandados de busca e apreensão na primeira etapa, realizada em 16 de maio pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e a Corregedoria da PM (Polícia Militar).

Conforme apurado pelo Campo Grande News, dentre os presos ontem (dia 13), na nova fase da Oiketicus, estão o soldado Kleber da Costa Ferreira, o cabo Salvador Soares Borges, o cabo Erick dos Santos Ossuna e o tenente Francisco Novaes.

Kleber e Salvador são do batalhão da PM de Naviraí, Erick é lotado em Bela Vista (batalhão de Jardim) e Francisco foi comandante do 2º pelotão da PM de Itaquiraí até setembro do ano passado, quando foi transferido para a reserva remunerada.

Os quatros foram levados para o Presídio Militar de Campo Grande. A reportagem entrou em contato com a ACS (Associação e Centro Social dos Policiais Militares e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul) que informou acompanhar a situação jurídica dos policiais por meio do advogado Edmar Soares da Silva e que acredita na comprovação da inocência ao final do processo. A ACS já atua na defesa de cinco policiais presos em maio.

Na primeira fase, os quatros presos ontem entraram na lista de 12 policiais que foram alvos de mandados em busca de provas. Em dois casos, a suspeita deriva de apreensão de mil caixas de cigarro contrabandeado no dia 24 de julho de 2017 em Naviraí, município da rota do crime. O produto vem do Paraguai. 

Na ocasião, foi apreendido uma planilha com um batedor do carregamento. A lista tinha nomes e valores de R$ 560 a R$ 10 mil, que, traduzido pelos investigadores, representa o preço de cada um. A suspeita é que “Novaes”, com valor de R$ 10 mil, fosse referência ao tenente.

Três etapas - Na primeira fase, realizada em 16 de maio, foram cumpridos 20 mandados de prisão preventiva contra policiais, sendo três oficiais, e 45 mandados de busca e apreensão. O saldo total foi de 21 prisões porque um sargento acabou preso em flagrante.

A ação foi em 16 localidades: Campo Grande, Dourados, Jardim, Bela Vista, Bonito, Naviraí, Maracaju, Três Lagoas, Brasilândia, Mundo Novo, Nova Andradina, Boqueirão (distrito), Japorã, Guia Lopes, Ponta Porã e Corumbá.

Segundo a investigação, a remuneração para os policiais variava de R$ 2 mil por mês a R$ 100 mil.

A segunda etapa aconteceu no dia 23 de maio, com mandado de busca e apreensão na casa e escritório de servidor do TCE (Tribunal de Contas do Estado). Nome da operação, oiketicus é um inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro”.

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