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Cidades

MS não recebe comunicado sobre febre amarela, mas mantém vigilância alerta

Antonio Marques | 08/06/2015 19:14
O mosquito transmissor da febre amarela na cidade é o mesmo da dengue (Aedes aegypti) (Foto: Divulgação site MS)
O mosquito transmissor da febre amarela na cidade é o mesmo da dengue (Aedes aegypti) (Foto: Divulgação site MS)

A secretaria estadual de Saúde não recebeu qualquer comunicado de alerta sobre a possibilidade da ocorrência de febre amarela no Estado, como foi divulgado pela vigilância epidemiológica da secretaria de Saúde de Goiás, depois de confirmar dois casos da doença e outros três suspeitos na divisa com Mato Grosso do Sul, na semana passada.

De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, independente dessa informação, o Estado tem sido vigilante no monitoramento da doença, como ocorreu no início de 2015, quando um turista paranaense teve confirmação para a doença, depois de participar de uma pescaria nos municípios de Anastácio e Bonito.

Conforme a Secretaria de Saúde, o protocolo para evitar surto da doença foi seguido assim que as autoridades do Paraná comunicaram o caso a Mato Grosso do Sul. As equipes das secretarias municipais das cidades visitadas intensificaram o monitoramento e a cobertura de vacina na região e nenhum caso foi registrado.

Para o professor Rivaldo Venâncio, da faculdade de Medicina da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e responsável da Fiocruz/MS, a febre amarela é uma doença que preocupa, por conta da possibilidade dos casos isolados, "mas não há condições de ocorrer epidemia em razão do alto índice de cobertura de vacinação na população."

Segundo ele, a melhor forma de evitar a doença é a vacina, que imuniza por 10 anos. “Quem for para áreas de riscos ou regiões de turismo deve se vacinar”, alerta Rivaldo. Ele lembrou que, como o último surto da doença foi em 2008, a população que se vacinou está protegida. Outra maneira de prevenção na cidade é acabar com os criadouros do mosquito transmissor, que é o mesmo da dengue, o Aedes aegypti.

Em relação à comunicação de alerta entre os estados, ele disse que com o advento da internet “é quase tudo on line” e não há necessidade de ofícios entre os órgãos responsáveis. “Hoje o Ministério da Saúde posta uma informação na página na internet e todas as secretarias têm acesso. Até por uma mensagem de whatsAPP é passada a informação”, destacou

Casos em MS - A última vez que foram registrados casos de febre amarela no estado foi em 2008. Foram confirmados 8 casos, com duas mortes naquele ano. No Brasil, foram notificados 65 casos suspeitos de febre amarela silvestre. Desse total, 38 casos foram confirmados, com 20 mortes.

Quanto aos prováveis locais de infecção dos casos confirmados, 55% foram em áreas silvestres de Goiás; 22% em Mato Grosso do Sul; 13% no Distrito Federal; 5% no Mato Grosso e 5% no Paraná. Devido ao feriado, a reportagem não conseguiu falar na Secretaria de Estado de Saúde.

Transmissão - é transmitida por mosquitos em áreas urbanas ou silvestres. Sua manifestação é idêntica em ambos os casos de transmissão, pois o vírus e a evolução clínica são os mesmos — a diferença está apenas nos transmissores.

No ciclo silvestre, em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá através do mosquito Aedes aegypti (o mesmo da dengue). A infecção acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a febre amarela ou tomado a vacina contra ela circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado.

Ao contrair a doença, a pessoa pode se tornar fonte de infecção para o Aedes aegypti no meio urbano. Além do homem, a infecção pelo vírus também pode acometer outros vertebrados. Os macacos podem desenvolver a febre amarela silvestre de forma inaparente, mas ter a quantidade de vírus suficiente para infectar mosquitos. Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra.

Sintomas – A febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus e transmitida por vetores. Geralmente, quem contrai este vírus não chega a apresentar sintomas ou os mesmos são muito fracos. As primeiras manifestações da doença são repentinas: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. Como são parecidos com a dengue, podem ser confundidos no diagnóstico inicial.

Como há dificuldade para identificá-la, as autoridades sugerem que, ao se depararem com qualquer um desses sintomas, as pessoas procurem de imediato uma unidade de saúde, para acompanhamento e para os exames laboratoriais necessários.

A forma mais grave da doença é rara e costuma aparecer após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), manifestações hemorrágicas e cansaço intenso. A maioria dos infectados se recupera bem e adquire imunização permanente contra a febre amarela.

Prevenção - Como a transmissão urbana da febre amarela só é possível através da picada de mosquitos Aedes aegypti, a prevenção da doença deve ser feita evitando sua disseminação, como já é feita no combate a dengue. Qualquer recipiente como caixas d'água, latas e pneus contendo água limpa são ambientes ideais para que a fêmea do mosquito ponha seus ovos, de onde nascerão larvas que, após desenvolverem-se na água, se tornarão novos mosquitos.

Portanto, deve-se evitar o acúmulo de água parada em recipientes destampados. Além disso, devem ser tomadas medidas de proteção individual, como a vacinação contra a febre amarela, especialmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas com indícios da doença. Outras medidas preventivas são o uso de repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.

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