Objeto no céu pode ser lixo espacial ou resto de aeronave, avalia agência
O objeto gigante que caiu do céu na madrugada de ontem em um chácara de Santa Rita do Pardo, a 266 quilômetros de Campo Grande, pode ser um parte de foguete. A área foi isolada e a Polícia Civil vai encaminhar relatório à Aeronáutica. A AEB (Agência Espacial Brasileira) investiga se o objeto é parte de aeronave ou lixo espacial.
A “identidade” do objeto que reentrou na atmosfera, que pode ser parte de foguete, foi dada pelo Brazilian Meteor Observation Network. De acordo com Douglas Bortolanza Lara, que mantém a página Astronomia em Dourados, o site SatFlare postou a projeção da trajetória da reentrada e uma câmera all sky (voltada para o céu) em Cerro Paranal (Chile) capturou imagens do objeto. Ele é acadêmico de história e se dedica à astronomia desde 2001. A peça é atribuída a um foguete que decolou em setembro de 2014.
A madrugada do dia 28 de dezembro foi movimentada no céu de Mato Grosso do Sul. As luzes, citadas como bolas de fogo por quem as avistou, foram definidas como chuva de meteoros. Leitores do Campo Grande News registraram imagens em diversas cidades do Estado, além de relatos similares no Paraná e no Paraguai.
Em Santa Rita, além das luzes no céu, houve queda de um objeto gigante na chácara Santa Maria, localizada próxima ao perímetro urbano. O objeto tem um metro e 30 centímetros e é semelhante a um grande tanque de caminhão. Primeiro, o objeto gigante virou atração da cidade de 7.454 habitantes. Depois, diante da possibilidade de lixo espacial, o local foi isolado.
Conforme o delegado de Santa Rita do Pardo, Rodrigo Camapum, será registrado um Boletim de Ocorrência de achado de coisa. Um relatório vai ser encaminhada à Aeronáutica, que foi notificada ontem sobre a situação. O delegado conta que viu as luzes no céu e que, aparentemente, pareciam bem distantes.
Segundo a assessoria de imprensa da Agência Espacial Brasileira, ainda não há informação concreta se o objeto é parte de aeronave ou lixo espacial. No espaço, há milhares de fragmentos e equipamentos. Quando esses objetos atingem a mesosfera (camada da atmosfera a aproximadamente 85 km de altitude) começam a se desintegrar. Contudo, pedaços maiores podem não se desintegrar totalmente e atingirem o solo.
O Campo Grande News tentou contato com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), sem sucesso. Já o Cindacta II (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo), devido à regime de escala, só pode atender a solicitação da reportagem à tarde.