Oficiais presos em operação perdem função de confiança na Polícia Militar
Os oficiais são alvos de operação que investiga envolvimento de PMs com o contrabando de cigarros
Dois oficiais presos na Operação Oiketikus, deflagrada na quarta-feira (16) contra policiais militares envolvidos com a Máfia do Cigarro, perderam as funções de confiança. A “dispensa”, assinada pelo comandante da PMMS (Polícia Militar de Mato Grosso do Sul), coronel Waldir Ribeiro Acosta, foi publicada no Diário Oficial do Estado desta sexta-feira (18).
O tenente-coronel Luciano Espíndola da Silva, que era o comandante da 1ª Companhia de Bonito, além de ser dispensado da função de confiança, teve a transferência decretada para o Comando-Geral da PM, uma manobra para tirá-lo do comando na cidade do interior, já que ele está preso.
Em abril, o tenente-coronel recebeu R$ 25.373,35 de remuneração. O salário do oficial é R$ 22.851,93, mas ele recebeu também R$ 9.432,18 de “remunerações eventuais”, onde deve entrar valor referente à bonificação por exercer função de confiança, conforme consta no Portal da Transferência do governo do Estado.
Também perdeu o cargo de o tenente-coronel Admilson Cristaldo Barbosa. Ele comandava o 11º Batalhão de Jardim, também foi transferido para o Comando-Geral da PM e foi substituído pelo major Adriano Rodrigues de Oliveira, conforme publicado no Diário Oficial.
O oficial tem salário de R$ 22.851,93, recebeu R$ 2.576,60 de “remunerações oficiais” e R$ 17.586,88 em abril.
Além de Epíndola e Cristaldo Barbosa, o major Oscar Leite Ribeiro também foi preso. Ele comandava 2ª Companhia em Bela Vista, mas foi substituído no início do ano. No dia 11 de abril, o major publicou no Facebook que assumia “nova missão”, a de subcomandante do 4º BPM de Ponta Porã. Por enquanto, o nome dele não apareceu no Diário Oficial.
Operação - A Oiketikus foi deflagrada no início da manhã de quarta-feira em 14 cidades de Mato Grosso do Sul, a maioria delas localizada na rota do contrabando de cigarros. Oiketikus é um inseto conhecido popularmente como “bicho cigarreiro”.
Ao longo do dia, 20 PMs foram presos, três oficiais e 17 praças. O 18º praça se apresentou à noite. Todos eles já estão no Presídio Militar de Campo Grande.
A força-tarefa do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), a “tropa de elite” do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), também cumpriu 45 mandados de busca e apreensão.