Pequenos reparos nas escolas e muita economia marcam volta às aulas
Na rede estadual de ensino, a ordem é "apertar os cintos" e economizar nas 365 escolas que receberão mais de 250 mil estudantes a partir de 13 de fevereiro
Em Mato Grosso do Sul, a rede estadual de ensino prepara a volta às aulas, mas sem esquecer que a época é de contenção. Em tempos de crise, não deu para pintar todas as 365 unidades e "somente algumas receberam reparos", explica a secretária de Educação, Maria Cecília da Motta, sem precisar o total de reformas realizadas. Também não houve aumento do número de instituições em relação a 2016.
Em contraponto, houve reduções. Para este ano, comprou-se 40 mil kits escolares a menos que em 2016, dentro de uma conta "mais enxuta", feita para não sobrar, conforme a assessoria do governo. São menos cadernos e mais pechincha. Para adquirir 290 mil kits, o custo total publicado no Diário Oficial do Estado foi de R$ 8,4 milhões – economia de R$ 4,2 milhões em relação ao pregão inicial, que chegou a R$ 12,6 milhões.
Tais kits incluem caderno, lápis, borracha, régua, caneta, apontador, entre outros itens que devem chegar aos alunos antes do início das aulas. Foram adquiridas ainda 300 mil camisetas de uniforme que começaram a ser entregues nas escolas em dezembro. Toda essa logística é operada por 22 mil funcionários que compõem a educação estadual.
Questionada se haverá incremento no número de professores, a secretária de Educação diz que não: "Se pudéssemos, nós diminuiríamos", brincou, em referência à contenção de gastos determinada pelo governador, Reinaldo Azambuja (PSDB), a todas as pastas. Maria Cecília da Motta explica que, além de economia, seu modelo de gestão é de "aproximar". "A divisão de responsabilidade é a soma de compromissos", disse, durante entrevista ao Campo Grande News.
"Em 2015, eu andei o Estado inteiro e falei com todos os 22 mil funcionários, de mil em mil, em 22 palestras", relembrou a secretária. Segundo ela, em cada encontro havia uma hora para perguntas e respostas, em quadras lotadas.
"Ali percebemos uma enorme distância entre gestores e servidores". Com base nisso, surgiu uma das poucas novidades para este ano: as coordenadorias regionais, que dividem a administração das escolas em 12 regiões.
Nesta semana, a governadora em exercício deu posse ao novos coordenadores. "Cada um deles responde por uma quantidade de escolas, que são ligadas a uma superintendência que, por sua vez, é ligada diretamente à Secretaria de Educação", explicou Rose Modesto. O que muda, segundo a tucana, é a agilidade, pois muitas questões serão resolvidas pelas próprias regionais.
Vai começar - As aulas iniciam em fevereiro, divididas em duas datas. Em Campo Grande e Dourados, por exemplo, as salas de aula recebem os alunos mais cedo, no dia 13, enquanto na maior parte dos municípios do interior, as portas só abrem em 20 de fevereiro, às vésperas do carnaval.
Entre as ações de volta às aulas também está o envio de 10 mil kits escolares para as unidades das APAEs (Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais).