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Cidades

PM é dona da festa e escolhe homenageados, justifica secretário

Aline dos Santos e Leonardo Rocha | 17/04/2015 11:11
Segundo Maluf,  decisão sobre homenagem é da PM. (Foto: Marcelo Calazans)
Segundo Maluf, decisão sobre homenagem é da PM. (Foto: Marcelo Calazans)

A onda de protesto contra a homenagem da PM (Polícia Militar) ao polêmico deputado federal Jair Bolsonaro (PP/RJ) não surtiu efeito e o governo do Estado manteve o parlamentar na lista dos que serão agraciados com a Medalha Tiradentes no dia 22 de abril.

“É uma decisão da PM e não da população. Quando você faz uma festa em sua casa, você escolhe os convidados”, resumiu o titular da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), Silvio Maluf.

De acordo com o secretário, Bolsonaro foi indicado porque colaborou através de projetos para a segurança pública. “A instituição sempre valoriza os parlamentares que brigam por questões salariais e estruturais da policia”, afirma.

A homenagem ao deputado federal foi endossada pelo governador Reinaldo Azambuja. “Foi uma decisão e uma escolha da PM. Sabemos que o Bolsonaro é um deputado polêmico e que gera repercussão. Porém, ele já apresentou inúmeros projetos de lei sobre segurança, mais de dez projetos a favor de segurança publica do País. Por esse motivo foi escolhido para ser homenageado”, diz.

Sobre as polêmicas declarações de Bolsonaro, Azambuja afirma que são questões pessoais do parlamentar.

Ontem, a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) protocolou nota de repúdio e pediu o cancelamento da homenagem. Movimentos ligados a defesa dos direitos humanos, sociedade civil e representantes da classe LGBT(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) “engrossaram” o pedido para que o deputado não seja homenageado.

“O deputado Bolsonaro é antidemocrata, a favor da Ditadura, foi condenado no Rio de Janeiro por discriminar o movimento LGBT. É a favor de bater na mulher mesmo, a favor de tortura”, afirma o presidente da comissão de Direitos Humanos da OAB, Joatan Loureiro.

Entretanto, o maior desgaste do deputado foi em dezembro do ano passado, quando afirmou que só não “estupraria” a deputada Maria do Rosário (PT-RS), ex-ministra dos Direitos Humanos, porque ela “não merecia”.

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