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Cidades

PMs suspeitos de cobrança de propina estão com prisão preventiva decretada

Juiz da Auditoria Militar determinou que cinco policiais do 10º Batalhão fiquem presos e determinou sigilo no processo

Marta Ferreira | 11/12/2017 15:31
Movimentação ao redor de caminhão-baú carregado de cigarro contrabandeado. (Foto: Nyelder Rodrigues)
Movimentação ao redor de caminhão-baú carregado de cigarro contrabandeado. (Foto: Nyelder Rodrigues)

Os cinco policiais militares presos na semana passada, em Campo Grande, por envolvimento com a “Máfia do Cigarro” estão com prisão preventiva decretada pelo juiz da Auditoria Militar em Campo Grande, Alexandre Antunes. O processo envolvendo as prisões corre em segredo de justiça.

Desde o dia 1º de dezembro, já são 7 policiais militares presos por suspeita de envolvimento em um esquema envolvendo a cobrança de propina de quadrilhas especializadas no contrabando de cigarro. Tudo começou quando o sargento Alex Duarte de Aguir, de 38 anos, e o cabo Rafael Marques da Costa, de 28 anos, foram presos durante uma negociação com um homem identificado como Fabio Garcete, que tem envolvimento com o contrabando de cigarro e, neste caso, atuou como colaborador, depois de ser acionado por um motorista da quadrilha dona de uma carga contrabandeada.

Segundo o auto de prisão, um grupo de policiais do qual Aguir e Rafael fazem parte chegou a manter em cárcere privado o motorista do caminhão-baú que carregava mais de 500 caixas de cigarro. A exigência era de propina de R$ 150 mil, segundo áudios de mensagens de celular a que o Campo Grande News teve acesso.

O veículo com a carga, avaliada em mais de R$ 1 milhão, ficou retido por horas, primeiro em uma estrada vicinal de Campo Grande, e depois na rua Verdes Mares, no bairro Tarumá. A equipe do Campo Grande News confirmou que o veículo estava no local, na tarde do dia 1º.

Horas depois, por volta das 20h, ocorreu a prisão em flagrante dos policiais, em um posto de combustível próximo do local. Eles foram enquadrados no crime de corrupção passiva.

A Corregedoria da PM (Polícia Miitar), que conduz as investigações com apoio do Gaeco requisitaria as imagens da negociação. A reportagem apurou que chegaram a ser pagos R$ 30 mil, em notas marcadas.

Foi levantado, ainda, que havia mais policiais envolvidos, uma vez que a abordagem inicial ocorreu em uma estrada vicinal e que chegaram a ser usadas viaturas da corporação para impedir que o motorista do caminhão prosseguisse viagem. O motorista foi preso por contrabando e levado para a Polícia Federal, quem compete investigar esse tipo de crime

Outras prisões – Na quinta-feira passada, mais 5 policiais foram presos, como continuidade das investigações. No caso deles, a prisão foi preventiva, ou seja, sem prazo definido. Todos os policiais sob suspeita de cobrar propina da Máfia do Cigarro são do 10º Batalhão, cuja sede é na avenida Bandeirantes, responsável pelo policiamento na região sul da cidade, que leva à saída de Sidrolândia, utilizada pelos “cigarreiros” para passar com cargas

Como o caso foi colocado em segredo de justiça, os nomes dos outros cinco policiais envolvidos são desconhecidos. Ainda conforme apurado pelo Campo Grande News, o sigilo decorre da necessidade de novas diligências no caso, o que inclui a possibilidade de mais prisões ainda.

As providências foram solicitadas pela Corregedoria da PM e pelo Gaeco, diante da suspeita de que se trate de um esquema muito maior. Os sete policiais presos estão no Presídio Militar, em Campo Grande.

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