Polícia prende coordenador de rotas do tráfico aéreo de facção criminosa
Felipe Ramos Moraes é apontado como o proprietário de um helicóptero usado para transportar cocaína de Mato Grosso do Sul para São Paulo
Considerado coordenador das rotas de tráfico aéreo do PCC (Primeiro Comando da Capital), Felipe Ramos Moraes foi preso nesta segunda-feira (14) pela Polícia Civil em Caldas Novas (GO). O suspeito foi apontado como o proprietário de um helicóptero apreendido no mês passado, que foi usado para transportar cocaína de Mato Grosso do Sul para São Paulo.
Felipe estava com a prisão decretado por participação na execução de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, apontados como as maiores lideranças soltas da facção no Ceará. Segundo as investigações, as vítimas foram deixadas por ele no local onde depois foram torturadas e mortos em fevereiro deste ano.
Na manhã de ontem, o suspeito foi preso em sua empresa de aluguel de aeronaves. No local, quatro helicópteros usados por ele foram apreendidos. Dois estavam proibidos de voar por terem sido usados por Felipe no transporte de drogas.
Um deles, com matrícula PR-HDA, era pilotado por Felipe quando ele foi preso no Ceará em 2012 transportando 173 kg de pasta base de cocaína. No mê passado, o piloto foi condenado na 2ª instância a seis anos e dois meses em regime semiaberto pelo crime. Apesar do flagrante, a aeronave foi devolvida para Felipe e “apreendida administrativamente” pela Anac, com isso os códigos são bloqueados e não é possível solicitar planos de voo ao órgão.
A segunda aeronave, de matrícula PP-MOB, tem registro como "aeronave interditada" e não pode realizar voos. Ela era usada por Felipe quando foi flagrado por suspeita de transportar drogas em Sorocaba, em 2015.
Tráfico de drogas em MS - Felipe ainda foi apontado pela polícia como o verdadeiro proprietário de um helicóptero apreendido pela polícia em um hangar na cidade de Arujá, na Grande São Paulo, no dia 25 do mês passado.
Segundo as investigações, a droga que saía do Paraguai, era levada em caminhões até Mato Grosso do Sul e nas cidades da fronteira, colocada na aeronave para serem distribuídas em São Paulo e Santos. O flagrante resultou na prisão de três pilotos: Rogério Almeida Antunes, o irmão Leonardo Almeida Antunes e Luiz Paulo Mattar Ferreira.
Conforme as investigações, dois dos pilotos presos estavam em “treinamento” e se preparavam para viajar até Mato Grosso Sul. De acordo com a polícia, Leonardo e Luiz Paulo iriam aprender a rota do tráfico para o Paraguai e para Parnaíba - município a 422 de Campo Grande.
Os investigadores acharam vestígios de cocaína no interior da aeronave, que estava sem os bancos traseiros e tinha duas bombas elétricas ligadas ao tanque, para facilitar o abastecimento com galões de combustível durante as viagens.
As investigações apontaram ainda que Felipe passou de piloto a coordenador de rota no PCC. Ao assumir o controle do “negócio”, o suspeito deixou o setor operacional sob comando de Rogério, que já havia sido preso em 2013, no Espírito Santo, com mais de 400 quilos de cocaína em um helicóptero.