Primeiro dia de greve tem adesão de 75% para Fetems e 30% para Estado
No primeiro dia de greve dos trabalhadores em educação da rede estadual de ensino a adesão chegou a 75%, segundo a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). Em três municípios a paralisação foi total. Para o governo, apenas 30% das escolas aderiram ao movimento totalmente e 23% pararam as atividades parcialmente.
O presidente da Federação, Roberto Botarelli, concedeu entrevista à imprensa na tarde de hoje, na sede da entidade, em Campo Grande, e disse que o objetivo da Fetems é intensificar a mobilização para atingir 90% de paralisação nos próximos dias. Conforme os dados apresentados, em Três Lagoas, Aquidauana e Fátima do Sul a greve atingiu 100% das escolas; em Dourados, chegou a 80% e na Capital, 60% da rede estadual aderiram ao movimento.
De acordo com a assessoria do governo do Estado, no interior 118 escolas funcionaram normalmente, cerca de 40% do total; 89 escolas pararam as atividades, e em outras 69, a paralisação foi parcial. Também teriam 19 estabelecimentos de ensino que estariam decidindo a adesão e não informaram a situação.
Em todo o estado são 279 mil alunos na rede estadual de ensino, distribuídos em 362 escolas, com cerca de 20 mil professores e 6.200 funcionários administrativos. Roberto Botarelli observou que a greve tem adesão total dos profissionais da educação, considerando que a reivindicação refere-se aos 10,98% de reajuste para os professores para integralização do piso nacional para 20 horas semanais e também o reajuste e a antecipação da data base de maio para o mês de janeiro para os funcionários administrativos.
O presidente da Fetems disse que a categoria vai realizar reuniões na sede da entidade todas as manhãs para debater os encaminhamentos do movimento, mas que ainda não teria nenhuma conversa marcada com a comissão de negociação do governo do Estado.
Na manhã de hoje, o secretário de Administração e Desburocratização, Carlos Alberto de Assis, em entrevista à Rádio Capital, disse que o governo entende a greve como direito dos professores e que não havia encerrado o canal de negociação com a direção da Federação. “Em nenhum momento o governo fugiu do diálogo com a Fetems”, declarou, acrescentando que foi feito um calendário de conversas que se esgotava neste mês e que foi concedido um reajuste de 13,01% retroativo ao mês de janeiro de 2015.
Carlos de Assis afirmou ainda que em nenhum momento o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) questionou a Lei 4464/2013, do governo anterior, que garante o escalonamento do valor do piso salarial dos professores de 40 horas para 20 horas semanais até 2018. “Nós apresentamos mais 4,37% de aumento para outubro de 2015 e o escalonamento para 2022, dentro da possibilidade de pagamento do governo”, explicou o secretário, que considera que a Fetems fechou o diálogo e preferiu o início da greve.
O secretário destacou que foram poucos os estados que concederam os 13,01% de reajuste neste ano, conforme prevê a lei do piso salarial nacional dos professores. Segundo Carlos de Assis, o governo tem trabalhado uma política de valorização dos servidores, mas que em cinco meses de governo não seria possível aplicar as medidas. “O governo vai continuar negociando com os professores e tem uma equipe de negociação para levar a verdade aos professores”, afirmou.