Quadrilha utilizava laranjas para sonegar R$ 200 milhões, diz Receita
A quadrilha desmantelada pela Receita Federal e Polícia Federal no âmbito da Operação Labirinto de Creta, deflagrada nesta quinta-feira (06) no Mato Grosso do Sul e no Paraná, utilizava empresas laranja e até mesmo familiares para driblar a fiscalização e ocultar uma fortuna avaliada em aproximadamente R$ 200 milhões. O valor é oriundo da sonegação de impostos de frigoríficos que funcionavam em nome da organização criminosa.
Segundo o delegado Flávio de Barros Cunha, da Receita Federal, o grupo composto por aproximadamente dez pessoas deixava de pagar os impostos dos frigoríficos geridos pela mesma família, que ficavam em Campo Grande. Com o dinheiro sonegado, eram adquiridos bens móveis e imóveis posteriormente transferidos para o nome dos laranjas. “Esse modo de agir dificultava o trabalho de fiscalização, pois não encontrávamos bem algum”, afirma o delegado.
O esquema existiu por um bom tempo, até que passou a ser investigado há cerca de um ano e meio. “Vários frigoríficos abriam e fechavam. Algumas das empresas que estavam no nome dos investigados possuíam bens superiores à sua realidade financeira, o que justificava as suspeitas”, completou.
Durante a operação são cumpridos 17 mandados de busca e apreensão. As ações ocorrem simultaneamente em Nioaque, Terenos e Campo Grande, e também nos municípios paranaenses de Maringá, Paiçandu e Tapejara. Participam 80 policiais federais e 45 servidores da receita. Os órgãos envolvidos apuram indícios de crimes como sonegação fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.