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Cidades

Quase metade dos usuários de álcool começaram a beber com menos de 18 anos

Vitor Abdala, da Agência Brasil | 10/12/2014 13:29
Governo quer ampliar a fiscalização a estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Governo quer ampliar a fiscalização a estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Cerca de 47% dos usuários de bebidas alcoólicas começaram a beber com menos de 18 anos. Os dados são da Pesquisa Nacional de Saúde e foram divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, 34,5% dos usuários tiveram o primeiro contato com a bebida alcoólica entre 15 e 17 anos e 12,5%, antes dos 15 anos.

Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, o mais preocupante é que esses jovens não só começaram a beber cedo, como têm feito uso abusivo do álcool. “É preciso encarar esse uso abusivo por jovens como um problema de saúde pública. O álcool é responsável por muitas doenças e muitos problemas de saúde pública”, disse.

Para Chioro, é fundamental ampliar a fiscalização aos estabelecimentos comerciais, para evitar a venda a menores de idade, já que esse comércio é proibido pela legislação. “Mas também é preciso trabalhar com as famílias, porque, muitas vezes, esse jovem tem acesso à bebida alcoólica no próprio seio familiar, nas festas. Como a bebida é socialmente aceita, se faz todo um rito de iniciação [dentro da família]”.

Outro dado apresentado pela pesquisa que, segundo Chioro, é preocupante, é que 24,3% dos usuários de álcool entrevistados assumiram já ter dirigido sob o efeito da bebida. “São mais de 30 mil óbitos por ano relacionados a acidentes de trânsito. Uma parcela considerável desses óbitos é relacionada a pessoas que ingeriram álcool ou drogas e dirigiram. Temos que trabalhar não só para fortalecer os processos fiscalizatórios previstos na Lei Seca, como desenvolver um conjunto de atividades preventivas de educação, saúde e informação”, disse.

Apesar de não haver estatísticas disponíveis sobre o assunto, o ministro acredita que a proporção de pessoas que dirigiam sob efeito de álcool, antes da Lei Seca, era ainda maior. “Provavelmente esse número era maior antes da Lei Seca. A Lei Seca é uma proteção para a sociedade e portanto deve continuar”, disse.

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