Senador boliviano investigado pelo Itamaraty chegou ao País por Corumbá
Investigado pelo Itamaraty e considerado “criminoso” pelo governo da Bolívia, o senador boliviano Roger Pinto, 53 anos, chegou ao Brasil por Corumbá. Da cidade sul-mato-grossense ele viajou até Brasília (DF) hoje.
Roger desembarcou em Brasília na madrugada de hoje, em um jatinho particular que saiu de Corumbá. Segundo informações de agências internacionais, o político estaria em território brasileiro desde ontem (24).
Senador da oposição, ele estava asilado há mais de um ano na embaixada brasileira em La Paz, e viajou acompanhado do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado.
A vinda do senador boliviano ao país desencadeou uma crise diplomática entre os governos da Bolívia e do Brasil. La paz afirmou neste domingo que o senador fugiu de seu país como um "criminoso" e que está ainda à espera de uma explicação oficial do Brasil sobre os detalhes do ocorrido.
Como resposta, o Ministério das Relações Exteriores informou não tinha conhecimentos da chegada do senador ao Brasil. Em nota, o órgão disse que vai abrir um inquérito para apurar o caso.
Diante da circunstância, o ministério disse que convocou o encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, ministro Eduardo Saboia, para prestar esclarecimentos.
O senador veio para o Brasil salvaguardado pelo governo brasileiro, já que não possui o salvo-conduto da Bolívia (permissão necessária para deixar o país). A aposta de analistas é a de que a Bolívia prepara uma "resposta duríssima" para a saída de Pinto da embaixada, e que em La Paz se considera que houve uma "ruptura" da "confiança" entre ambos os governos.
Senador é acusado de corrupção
Pinto, acusado de diversos crimes de corrupção na Bolívia, refugiou-se na embaixada brasileira em La Paz em 28 de maio de 2012. Após dez dias de ser recebido na embaixada, o governo brasileiro concedeu ao senador o status de asilado político.
Em junho, o político foi condenado a um ano de prisão por um tribunal boliviano, que o declarou culpado de danos econômicos ao Estado calculados em cerca de US$ 1,7 milhão.