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Cidades

Suspeitos de fraudes, médico e empresário vão usar tornozeleira

Operação cumpre mandados em 20 endereços, entre eles três hospitais da Capital

Marta Ferreira, Danielle Valentim e Anahi Zurutuza | 25/01/2018 09:53
Equipe chega à PF com material apreendido durante operação em 20 endereços, entre eles 3 hospitais. (Foto: Miriam Machado)
Equipe chega à PF com material apreendido durante operação em 20 endereços, entre eles 3 hospitais. (Foto: Miriam Machado)

O médico Mercule Pedro Pauslista Cavalcante é um dos alvos da Operação Again, que está sendo realizada pela Polícia Federal nesta manhã em Campo Grande, Dourados e Belém do Pará. A pedido da PF e por determinação judicial, ele terá de usar tornozeleira eletrônica, segundo apurou a reportagem.

O segundo principal alvo é o empresário Pablo Figueiredo, que também será monitorado pelo equipamento.

Cavalcante é cardiologista, e segundo as informações levantadas, foi responsável pela instalação do setor de hemodinâmica do hospital da Cassems, inaugurado em outubro de 2016. 

Cerca de 100 equipes atuam na operação. Em Campo Grande, elas fazem busca e apreensão em três hospitais, o da Cassems, na avenida Mato Grosso, o HR (Hospital Regional), no conjunto Aero Rancho, e no Hospital Universitário, na Vila Ipiranga.

A suspeita é que os desvios passem de R$ 3,2 milhões, envolvendo fraude em licitação, superfaturamento e desvio de material utilizado em tratamento de cardiopatias. Para beneficiar as empresas, os envolvidos recebiam propina, conforme as investigações.

A Cassems informou que vai emitir nota ainda esta manhã sobre o assunto. No HU, a diretoria diz que acompanha as investigações e que as fraudes foram na gestão passada. O HR ainda não se manifestou.

A investigação - A operação, conjunta com a CGU (Controladoria Geral da União) foi batizada de Again (novamente em inglês), justamente porque o modo de atuação do grupo é parecido com o apurado na Operação Sangue Frio há cinco anos.

Além dos hospitais, equipes estão pelas ruas vasculhando outros 17 endereços.
Dos investigados, dois tiveram decretada a medida cautelar de colocação de tornozeleira eletrônica.

Máfia - De acordo com a PF, a “máfia” fraudava licitações causando sobrepreço nos produtos comprados. Para direcionar as concorrências, os servidores públicos envolvidos recebiam propina, pagas não necessariamente em dinheiro, mas em viagens e carros de luxo, por exemplo.
Além disso, “existem indícios de que os integrantes da organização criminosa desviavam os materiais adquiridos para serem utilizados em clínicas particulares, recebiam produtos com prazo de validade e qualidade inferiores ao previsto nos contratos e buscavam dificultar as fiscalizações da Controladoria Geral da União”, também informou a PF por nota.

O grupo atuava com ênfase no setor de hemodinâmica, para diagnósticos e tratamentos cardíacos.

(Matéria editada às 10h23 para correção de informação e às 10h47 para acréscimo de informação)

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