Temporada de chuva está de volta a MS e vai ‘acordar’ mosquito ‘da dengue’
Coordenador de combate a vetores afirma que todo cuidado é pouco para evitar proliferação do Aedes aegypti, apesar de recuo da doença
Com a temporada de chuvas de volta, os cuidados com os quintais têm de ser reforçados para eliminar os potenciais criadouros do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, chikungunya, zika vírus e da febre de mayaro, doenças que podem fazer vítimas em Mato Grosso do Sul. O alerta é a SES (Secretaria de Estado de Saúde).
Nos últimos sete dias, 66 casos de dengue foram registrados em Mato Grosso do Sul, 14 deles em Campo Grandem, conforme o boletim epidemiológico divulgado pela secretaria nesta quarta-feira (7). Para o ano em que 58.976 pessoas tiveram a doença no Estado – 28.153 delas em Campo Grande – e que em uma semana, chegou a ter 8,8 mil novas pessoas diagnosticadas, o número de notificações das últimas semanas parece baixo. Mas, todo cuidado é pouco para evitar surtos dos doenças transmitidas pelo mosquito, segundo Mauro Lúcio Rosário, coordenador estadual de controle de vetores.
“Não acreditamos que teremos uma epidemia para o ano que vem, como era previsto no início do ano. Temos conseguido manter a notificações em queda. Mas, agora é a hora de reforçar os cuidados, eliminar focos, para que realmente não tenhamos problemas mais para frente”, afirmou.
Como o mosquito depende de recipientes com água para depositar os ovos e as larvas de temperatura da água de 25ºC a 30ºC para se desenvolverem, é justamente na primavera e no verão que as doenças relacionadas ao Aedes aegypti ganham força.
Chikungunya - A maior preocupação para o próximo ano é com a chikungunya, segundo o Ministério da Saúde. Os casos confirmados da doença aumentaram 15 vezes de 2015 para este ano (de 8.528 para 134.910) e os suspeitas, quase dez vezes (de 26.763 para 251.051).
Em Mato Grosso do Sul, foram 452 notificados e 22 descartados. “A febre de mayaro também está rondando o nosso Estado”.
Chuva - O anúncio da chegada da temporada de chuvas foi no fim do mês passado. Nos dias 29 e 30 de novembro, as chuvas que caíram na Capital somaram 126 milímetros, o que corresponde a 76% do esperado para o mês que era de 160 milímetros. A média histórica em novembro é de 164,5 milímetros.
O Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) prevê chuvas fortes para esta semana.
Combate – No outono e inverno, quando há recuo no número de casos de dengue por conta da estiagem, as secretarias municipais de saúde param de fazer o fumacê, segundo o coordenador, porque a medida não tem tanta eficácia. “O objetivo do fumacê é cortar a cadeia de transmissão dos vírus da dengue, controlar a infestação de mosquitos contaminados, por isso é feito em bairros onde há grande número de notificações. Só é feito quando há maior circulação dos vírus”, esclarece.
Mas, o trabalho de vistoria dos imóveis e eliminação de focos com a limpeza de terrenos não pode para. “Esta é a orientação que a gente dá para as prefeituras. Todos os 365 dias do ano têm de haver ações. Se pararmos, há o acúmulo de reservatórios, e mais chances de epidemia. Acreditamos que o recuo no número de casos tem continuado, por causa dessa ação contínua”.
Vacina – O tratamento com a vacina – que protege contra quatro tipos de dengue – inclui três doses, com seis meses de intervalo entre elas.
Vacinada, a pessoa tem de 66% a 70% de chances de não ter a doença. E, mesmo se contrair o vírus, em 82% dos casos, o paciente tem sintomas leves e não precisa de internação. O custo é de cerca de R$ 1 mil.