A ciência, e não o dinheiro, é o verdadeiro motor da prosperidade
Alguém já disse que o capitalismo é uma bicicleta veloz que todos pedalamos sem descanso. Nestes dias estamos vendo como essa bicicleta, não está avançando nem caindo, está trombando com um muro. Mas esta é a primeira vez que a bicicleta se arrebenta sem ter a ciência como sua causa.
O pânico de 1857.
O maior problema do marxismo foi sua futurologia. Inventaram que um dia o capitalismo seria sucedido pelo socialismo, e este pelo comunismo. Devaneio. A bola de cristal deles era escura como o breu, nada enxergavam.
A primeira grande crise do capitalismo se deu sob os desígnios da ciência - e não da classe operária marxista -. Foi uma imensa onda de choque que ficou conhecida como Pânico de 1857. Uma onda causada pela energia a vapor transformou totalmente o cenário econômico do Ocidente.
A ciência das ferrovias fez estourar o capitalismo.
O excesso de riqueza causado pela ciência aplicada à incipiente indústria ferroviária, fez com que os investimentos voláteis, as apostas na Bolsa de Londres, gerassem uma bolha que não tardaria em estourar. Varreu o capitalismo ocidental como um tsunami. Contudo, veio o paradoxo depois dessa destruição: depois de uma crise econômica profunda, a ciência dá melhores frutos. Mas a bicicleta arrebentou no muro pela primeira vez.
A crise do automóvel e da eletricidade.
E veio outra onda de destruição. O automóvel popular, criado por Henry Ford tem uma história singular e fétida. Ford começou a pensar em seu automóvel para o povo (antes de Ford, um automóvel custava US$4.000, depois dele, US$ 260) devido às montanhas de esterco dos cavalos que estavam literalmente afogando N.York. Eram mais de 200.000 cavalos defecando nas ruas de Manhattan. Montanhas de 12 a 18 metros de altura de esterco eram vistas em todos os cantos e praças. Os automóveis populares vieram para acabar com o esterco. Pois foi a ciência do automóvel e da eletricidade que fez repetir o tsunami de 1857. As apostas nas bolsas subiram tanto que levaram ao colapso do capitalismo, que conhecemos como o Crash de 1929. Dessa crise, a ciência nos contemplou com os eletrodomésticos, a verdadeira causa de libertação das mulheres. Mas a bicicleta caiu de novo por falta de pedalagem.
A crise da tecnologia Informática.
A terceira crise foi vivida há pouco, com a chegada da tecnologia informática. Essa ciência gerou tanta riqueza que todos passaram a comprar casas. O endividamento causado pelos computadores e casas foi tão grande que o capitalismo novamente não teve quem o pedalasse. Outra trombada monumental no muro. Observem que em nenhum momento de crise profunda a tal "classe operária do marxismo" esteve presente para desestruturá-lo. A ciência, e não o comunismo, criou outra crise profunda. Mas trouxe o início do império dos robôs. A força e o suor humano dava lugar ao descanso e lazer. Dava. Veio outra crise que não deixou completar a façanha da ciência robótica.
Pela primeira vez a falta de ciência cria uma profunda crise.
Esta é a primeira crise que não foi criada pela ciência. Pelo contrário, foi criada pela falta de medicamentos e vacinas. Apesar dos ingentes avisos, a ciência da saúde foi tão minimizada que todos sofrem com seu apequenamento. Mas, por outro lado, não acreditem um minuto sequer na ladainha do padre Guedes. Ele está apenas rezando para que os deuses do capitalismo não o destruam. Sua fé no Estado Mínimo virou desespero. Avizinha-se uma recessão histórica. E ele não sabe manejar os pedais da bicicleta. Vai estatelar no muro. Mas estaremos vivos para ver o paradoxo da ciência. Assim que a vacina contra o vírus chegar ao mercado, as aplicações tecnológicas aplicadas à saúde criarão um mundo melhor. Demonstrarão uma vez mais que a ciência é o verdadeiro motor da prosperidade.