A imunidade de grupo (rebanho) virá com a vacina ou não virá
A imunidade de grupo está cada vez mais distante. Essa imunidade se dá quando um número suficiente de indivíduos - 60% a 70% - estão protegidos frente a uma determinada infecção e atuam como uma barreira impedindo que o vírus (ou bactéria) alcance os que não estão protegidos. É a tese adotada por vários políticos de que só sairemos do transe causado pelo covid-19 quando a maioria da população for infectada. Essa ideia está quase descartada, ainda que os primeiros dados que nos chegam sejam preliminares. Não confunda, todavia, a imunidade de grupo com a individual. Esta, a individual, é ainda mais nebulosa que a de grupo. É como as bruxas “que los hay, hay”, um verdadeiro enigma que a ciência ainda não decifrou e nem deu o norte.
Uma pequena porção dos cidadãos geraram anticorpos.
É bom repetir: os dados são preliminares. Todavia, todos os trabalhos feitos na Europa apontam na mesma direção: algo como tão somente 5% a 15% da população adquire a imunização. O Centro Europeu de Controle de Enfermidades acaba de revelar os testes que foram feitos. Nas cidades ou países testados, todos chegaram a menos de 5% da população que adquiriu imunidade. Na Dinamarca, somente 1,9% ficou imunizado. Na Holanda, 3,2%. A Escócia está com 1% da população imunizada. Em Helsinque, capital da Finlândia, 3,4%. O maior estudo feito até agora foi na Galícia espanhola. O governo local pretende testar 100.000 pessoas, até o momento checaram o sangue de 50.925, a imunidade ronda tão somente 1%. Todavia, a Comissão Europeia emite a opinião de que os percentuais são tão baixos nesses países devido à baixa transmissão do vírus.
Em hospitais e em N.York a taxa de imunidade de grupo sobe.
Até o momento, N.York é a cidade com maior número de infectados e de mortos. Os testes por lá realizados para verificar a imunidade de rebanho foram bem mais elevados dos que encontrados nos países europeus: 21% dos residentes de N.York foram testados com imunidade. Também há testes sendo realizados em alguns hospitais europeus. Todos estão com taxas superiores a 10% de imunizados. Hospitais e N.York são locais com alta quantidade do covid-19, ao contrário dos países e cidades europeias estudadas.
Muito abaixo dos 60%.
Em qualquer caso - países europeus, hospitais ou N.York -, sempre estão muito distantes dos 60% a 70% que os especialistas asseguram que é o mínimo para que se produza proteção de grupo. Isto é, que tenha tanta gente protegida que o vírus não tenha por onde circular e deixe de ser uma ameaça. As cifras encontradas até o momento são muito inferiores às que os cientistas esperavam encontrar no início da pandemia. Uma das piores notícias sobre a pandemia.