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Em Pauta

Além da Coronavac e Oxford, talvez venha aí Sputnik V e Jansen

Mário Sérgio Lorenzetto | 12/01/2021 07:12
Além da Coronavac e Oxford, talvez venha aí Sputnik V e Jansen

200 milhões de infectologistas. Em um ano, o Brasil alcançou a marca inacreditável de 200 milhões de entendidos em coronavírus, medicamentos, tratamentos e, agora, vacina. São torcedores. Em dezembro, com o início da vacinação na Inglaterra, outra onda de novos entendidos. A vacina da Pfizer deveria ter sido adquirida pelo governo federal, proclamaram. Mesmo sabendo da inviabilidade logística e falta de dinheiro, queriam tomar a vacina da Pfizer. Vacinas de Oxford e Coronavac, nem pensar. Mas não há o que debater. As vacinas que tomaremos serão essas duas.


Além da Coronavac e Oxford, talvez venha aí Sputnik V e Jansen

Bolsonaro e Dória acertaram na escolha das vacinas.

São ótimas para a realidade brasileira. Elas têm logística simplificada e preços razoáveis, compatíveis com os cofres governamentais quebrados. Caso não existisse o duelo entre Bolsonaro e Dória, todos enxergariam  que ambos acertaram nas escolhas dessas duas vacinas. Basta ver o que está acontecendo na Europa e nos EUA: não estão conseguindo vacinar, estão estocando vacina, para cada três doses de vacina, só uma pessoa está vacinada. Além delas, há uma remota esperança de que o Brasil receba as vacinas Sputnik V e da Jansen.


Além da Coronavac e Oxford, talvez venha aí Sputnik V e Jansen

Conheça a Gamaleya, a empresa da Sputinik V.

O governo da Rússia anunciou a aprovação de um imunizante contra o coronavírus ainda em agosto, antes mesmo do início da fase 3 de testes. Batizada de Sputinik V, a vacina é desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya, ligado ao Minida Saúde russo. É uma vacina muito semelhante à de Oxford, requer duas doses e é baseada em adenovírus. Em novembro, anunciaram que essa vacina apresentou 90% de eficácia.
O Instituto foi fundado em 1891, como um laboratório privado. Foi estatizado pela Revolução Russa e mudou de nome, passando a homenagear Nikolai Gamaleya, o pioneiro nos estudos de microbiologia na Rússia, um dos melhores do mundo. Durante o domínio soviético, esse instituto era responsável pelas vacinas contra cólera, difteria e tifo. Desde 1980, estão na ponta das vacinas contra ebola, MERS (uma síndrome respiratória que acometeu populações do Oriente Médio) e influenza. A empresa farmacêutica brasileira União Química anunciou um acordo com o Instituto russo para produzi-la em 2021.


Além da Coronavac e Oxford, talvez venha aí Sputnik V e Jansen

A Jansen é da Johnson & Johnson.

Para muitos, basta informar que a Jansen é um braço da multinacional Johnson & Johnson. Uma empresa que goza de enorme credibilidade em todo o ocidente. O governo brasileiro vem conversando com os representantes da Jansen, sem apresentar maiores dados. Desperta esperança que venhamos a ter essa vacina no portfólio brasileiro. Mas há, pelo menos, dois obstáculos a serem superados. O primeiro é alvissareiro. A Jansen está testando sua vacina para ser administrada em uma só dose. Mas, sem dar maiores explicações, iniciou os testes com duas doses. O segundo obstáculo é péssimo. A Jansen espera produzir 500 milhões de doses nos próximos meses.  Já vendeu 200 milhões para a União Europeia e acaba de vender outros 200 milhões. Talvez restem tão somente 100 milhões de doses para ser negociadas com todos os países do mundo.

 

Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião do portal. A publicação tem como propósito estimular o debate e provocar a reflexão sobre os problemas brasileiros.

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